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Conselho de Segurança da ONU aprova trégua de 30 dias na Síria

Trégua, no entanto, vai autorizar que as operações militares contra grupos considerados terroristas pela ONU, incluindo o Estado Islâmico (EI) e a Frente Al Nusra, continuem

Publicado em: 24/02/2018 17:42

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou hoje (24) a resolução que pede trégua de 30 dias no conflito da Síria com o objetivo de fornecer ajuda humanitária e retirar feridos e doentes do país. A informação é da agência de notícias espanhola EFE.

Após vários dias de intensas negociações, a Rússia aprovou o texto de compromisso, que teve apoio unânime dos 15 Estados-membros. A resolução, impulsionada pela Suécia e pelo Kuwait, "pede" um cessar-fogo humanitário a todas as partes em conflito de pelo menos 30 dias no território sírio. A trégua, no entanto, vai autorizar que as operações militares contra grupos considerados terroristas pela ONU, incluindo o Estado Islâmico (EI) e a Frente Al Nusra, continuem.

O Conselho de Segurança ordenou que, uma vez que a trégua comece, todas as partes permitam o acesso seguro de comboios humanitários da ONU e de seus parceiros a qualquer ponto que precise de ajuda. Além disso, as Nações Unidas exigem que seja facilitada a entrada de médicos para atender feridos e doentes e que, se necessário, a retirada de algumas pessoas seja realizada.

A resolução foi negociada por duas semanas pelos membros do Conselho de Segurança, entre os crescentes pedidos internacionais de algum tipo de ação perante os intensos ataques do governo contra o reduto opositor em Ghouta Oriental, nos arredores de Damasco. Na última semana, a campanha deixou pelo menos 510 pessoas mortas na região, entre eles 127 menores de idade, segundo dados da última apuração da organização não governamental Observatório Sírio de Direitos Humanos. A resolução foi aprovada após negociações para conseguir o apoio da Rússia, aliada do governo sírio e que era contra à iniciativa.

O Conselho de Segurança tinha previsto votar a medida ontem (23), mas, por falta de acordo, adiou para hoje. Mesmo assim, ainda foram necessárias mais discussões, o que atrasou a decisão em mais de duas horas.
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