Liberdade

Venezuela deporta brasileiro

Detido em dezembro, sob acusação de conspirar contra o regime de Nicolás Maduro, Jonatan Diniz foi enviado para os Estados Unidos, onde reside

Por: AFP

Publicado em: 07/01/2018 13:08

 (Facebook/Reprodução)
Facebook/Reprodução

O brasileiro Jonatan Moisés Diniz, que havia sido detido no fim de dezembro na Venezuela, acusado de tentar desestabilizar o governo de Nicolás Maduro, foi deportado para os Estados Unidos, onde, aparentemente, residia, informou neste sábado a chancelaria brasileira. “O incidente envolvendo o brasileiro Jonatan Moisés Diniz foi encerrado, com sua expulsão da Venezuela”, confirmou o chanceler Aloysio Nunes em sua conta no Twitter.

O homem 31, que aparentemente vive em Los Angeles e teria viajado à Venezuela para realizar um trabalho humanitário, “foi deportado hoje (sábado) para os Estados Unidos”, assinalou à AFP uma fonte da chancelaria, sem dar detalhes. A deportação de Diniz acontece dois dias depois que o governo de Michel Temer exigiu de Caracas informações sobre o brasileiro, afirmando que estava há dias tentando confirmar se ele estava detido desde 26 de dezembro, como havia anunciado na TV o número dois do chavismo, Diosdado Cabello.

Segundo Cabello, o brasileiro era diretor da ONG Time to Change the Earth, uma fachada para promover nas redes sociais supostas atividades de entrega de alimentos e utensílios que, na verdade, buscavam arrecadar dinheiro para desestabilizar o governo esquerdista de Maduro.

Cabello acusou Diniz de fazer parte de uma “organização criminosa com tentáculos internacionais”, e, mostrando mensagens do jovem nas redes a favor dos recentes protestos contra o governo, apontou sua suspeita de que um residente nos Estados Unidos estivesse na Venezuela realizando atividades humanitárias.

No Brasil, os pais de Diniz publicaram mensagens nas redes sociais pedindo a libertação de seu filho, afirmando que o mesmo era inocente. O episódio aconteceu após divergências recentes entre Brasil e Venezuela, cujas relações diplomáticas estão congeladas desde agosto de 2016, após o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Crise alimentar
Em meio à hiperinflação e à dificuldade de acesso a comida no país, o governo da Venezuela obrigou supermercados a reduzir preços. Desde a madrugada deste sábado, filas extensas, vigiadas por militares, formaram-se em frente a estabelecimentos de Caracas, após fiscalizações da Superintendência para a Defesa dos Direitos Socioeconômicos (Sundee) em mais de 200 lojas.

“Sabemos que isto é uma catástrofe, mas o que vou fazer? O salário não dá”, lamenta o pedreiro Domingo Mata, 45, pai de três filhos, enquanto aguardava para comprar alimentos a preços até um quinto menores.

O chefe da Sundee, Willian Contreras, informou que 214 supermercados de 26 redes foram inspecionados em Caracas, e que cerca de 350 estabelecimentos independentes serão fiscalizados nos próximos dias na capital e em outras cidades.

Um controle de preços de alimentos básicos e um férreo controle cambial, com o qual o governo monopoliza o acesso a divisas para importar produtos e matérias-primas, vigoram no país.
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