Mundo A ameaça da terceira intifada Decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de reconhecer Jerusalém como capital de Israel revolta mundo árabe e reacende o ódio na região

Por: Liliane Corrêa - Estado de Minas

Por: Estado de Minas

Publicado em: 06/12/2017 22:52 Atualizado em: 06/12/2017 23:16

Foto: Musa Al Shaer/AFP (Foto: Musa Al Shaer/AFP)
Foto: Musa Al Shaer/AFP


Berço das três mais importantes religiões monoteístas do mundo, Jerusalém, que é considerada sagrada por judeus, cristãos e muçulmanos, era mantida em posição de neutralidade desde a fundação do Estado de Israel, em 1948.  Nesta quarta-feira, no entanto, Donald Trump resolveu "outorgar" a cidade aos judeus, o que provocou reações internacionais.

O Irã advertiu que a decisão do presidente norte-americano deve provocar uma nova intifada palestina. Intifada é um termo árabe que significa revolta. A palavra é associada à insurreição dos palestinos contra o domínio israelense na região da Palestina e da Faixa de Gaza. 

Na história da região, já houve dois períodos de intifada. A primeira ocorreu de 9 de dezembro de 1987 até fins de 1993, depois dos Acordos de Paz de Oslo. Surgiu de modo espontâneo e, aparentemente, não tinha um poder organizado.

A segunda intifada começo em setembro de 2000 e durou até meados de 2005. Dessa vez, a violência explodiu na região e o resultado foi a morte de quase 5 mil pessoas, sendo 1.022 israelenses. Ao fim de 2004, o governo de Israel divulgou que 7.366 palestinos estavam presos. Desse total, 386 eram crianças. Agora, o movimento palestino Hamas declarou que a decisão do presidente norte-americano "abriu as portas do inferno".

Mahmud Abbas, presidente da Palestina, falou que "mediante estas decisões lamentáveis, os EUA boicotam os esforços e proclamam que abandonam o papel de patrocinador do processo de paz".  

Mevlut Cavusoglu, ministro das Relações Exteriores da Turquia também se pronunciou: "Condenamos a irresponsável declaração da administração americana. A decisão vai contra a lei internacional e importantes resoluções da ONU".

O risco de uma nova onda de violência no Orinete Médio deixa o mundo inteiro em alerta.