Acordo Enviado da ONU para Síria convida oposição para negociações de paz Staffan de Mistura falou neste sábado que convidará a oposição do país para conversações de paz que começam na próxima terça-feira, em Genebra

Por: Agência Estado

Publicado em: 25/11/2017 14:59 Atualizado em: 25/11/2017 16:39

Na sexta-feira, após três dias de reuniões na Arábia Saudita, a oposição escolheu a delegação unificada de 36 membros que vai participar das negociações. A delegação será liderada pelo cardiologista Nasr al-Hariri, que participou de conversações em Genebra ao longo do último ano.
Em comunicado, Staffan de Mistura destacou que a oposição não impôs nenhuma precondição para participar das conversas em Genebra. Segundo o enviado especial, a implementação de resoluções relevantes da Organização das Nações Unidas é vista como a única referência para a negociação.

 

A oposição evitou condicionar sua participação à saída do presidente Bashar Assad do governo, o que demonstra um pouco de flexibilidade. Essa questão sempre foi um ponto de discórdia em rodadas anteriores de negociação, aprofundando as divisões dentro da já fragmentada oposição. Na sexta-feira à noite, em Riad, capital da Arábia Saudita, al-Hariri disse que "as negociações diretas pretendem alcançar um objetivo específico, que é a transição política". Ele disse que todos os tópicos poderão ser discutidos, uma aparente referência ao futuro de Assad. A delegação do governo sírio já disse anteriormente que o futuro de Assad não está em negociação. Em Damasco, o enviado especial adjunto da ONU, Ramzy Ramzy, se reuniu com o vice-ministro de Relações Exteriores e principal negociador da Síria, Faisal Mekdad.

 

Após o encontro, Ramzy disse que as negociações em Genebra vão girar em torno de quatro tópicos: uma nova constituição, governança, eleições e combate ao terrorismo. Ele disse ainda que o foco vai estar em constituição e eleições, mas não deu mais detalhes. Quanto a um possível avanço nas negociações de Genebra, Ramzy disse: "O processo político é difícil e complicado porque a situação na Síria é complicada, então estamos construindo nossa estratégia um passo de cada vez. Espero que a próxima rodada, com a participação efetiva do governo e a presença de uma oposição unida, contribua para que a questão avance."