Internacional EUA pedem desculpas por "panfleto ofensivo" para muçulmanos no Afeganistão Os folhetos, que continham uma frase sagrada que faz parte da bandeira talibã colocada sobre a imagem de um cachorro branco, foram distribuídos ontem pela província nortista de Parwan

Por: Agência EFE - EFE

Publicado em: 06/09/2017 15:21 Atualizado em:


As forças dos EUA pediram desculpas nesta quarta-feira pela distribuição de um panfleto em uma província do norte do Afeganistão que pretendia ridicularizar os cachorros "terroristas" e no qual foi utilizada uma expressão usada pelos talibãs e sagrada no Islã que causou indignação no país.

Os folhetos, que continham uma frase sagrada que faz parte da bandeira talibã colocada sobre a imagem de um cachorro branco, foram distribuídos ontem pela província nortista de Parwan, explicou em um comunicado o chefe das forças de operações especiais dos EUA e da Otan no país, general James Linder.

"O desenho dos panfletos continha equivocadamente uma imagem altamente ofensiva para os muçulmanos e a religião islâmica. Me desculpo sinceramente", apontou, ao insistir em seu "mais profundo respeito" pelo islã.

A propaganda em questão pede à população que readquira a liberdade que lhes foi roubada pelos cachorros "terroristas" e mostra um leão, representação das tropas internacionais, perseguindo um pequeno cachorro branco.

Sobre o corpo do cachorro, considerado um animal impuro pelos muçulmanos, é possível ler "Kalimat Tayyibah" ou Palavra da Pureza, uma expressão que faz parte do emblema dos talibãs, mas que também é usada no ritual de conversão ao Islã.

Linder prometeu ações contra os envolvidos no erro e trocas no departamento para que "nunca ocorra de novo".

As autoridades de Parwan condenaram "energicamente" a ação das tropas dos EUA em uma reunião especial que convocaram hoje para tratar o assunto, anotou à Agência Efe a porta-voz do governador provincial, Wahida Shahkar.

"Já que somos muçulmanos, este foi um assunto sério e foi seriamente conversado com as forças americanas", afirmou.

Outros erros similares por parte das tropas internacionais provocaram no passado protestos violentos e outras reações negativas entre a população afegã.

Desde o fim da missão de combate no país em 2015, a Otan mantém cerca de 13 mil soldados no Afeganistão em tarefas de assessoria e capacitação, e os Estados Unidos mantêm cerca de 11 mil, como parte dessa operação de assistência e em tarefas antiterroristas.

O presidente americano, Donald Trump, anunciou um aumento das tropas, enquanto a Aliança Atlântica pediu recentemente aos países membros um aumento das suas forças para apoiar a missão no país.