DENÚNCIA Família de negro que morreu de sede em prisão dos EUA exige justiça Réu, que sofria transtornos bipolares, perdeu 16 quilos em uma semana e acabou falecendo

Por: AFP - Agence France-Presse

Publicado em: 14/08/2017 22:01 Atualizado em:

A família de um detento negro que morreu desidratado na prisão após ser privado de água por sete dias exige justiça, segundo uma ação apresentada nesta segunda-feira e que envolve um xerife ligado ao presidente Donald Trump.

As autoridades carcerárias decidiram deixar Terrill Thomas, 38 anos, sem água durante sete dias em uma prisão do condado de Milwaukee (Wisconsin), por considerar que o detento fazia muito barulho.

O réu, que sofria transtornos bipolares, perdeu 16 quilos em uma semana e acabou falecendo.

"Durante sete dias seguidos, de 17 de abril de 2016 até sua morte, no dia 24 de abril, Thomas permaneceu encerrado em sua cela, 24 horas por dia, apesar de estar morrendo literalmente de sede", afirma sua família na ação, a qual a AFP teve acesso.

A denúncia envolve vários agentes penitenciários, mas principalmente o xerife de Milwaukee, David Clarke.

Segundo os advogados da família de Thomas, deixar os detentos sem água "era uma prática frequente e ampla, que tinha o pleno conhecimento do xerife Clarke e de outros responsáveis da prisão".

Clarke, um negro ultra-conservador que está sempre de chapéu de vaqueiro, é conhecido por suas aparições na rede de televisão Fox e na Associação Nacional do Rifle (NRA), o poderoso lobby a favor das armas.

Durante a campanha presidencial do ano passado, Clarke apoiou Trump abertamente e foi um dos oradores da Convenção Republicana.

Trump também ofereceu em maio um cargo-chave para Clarke no departamento de Segurança Interna, mas o xerife recusou.