Mundo
Lenda
Muhammad Ali, maior boxeador de todos os tempos, morre aos 74 anos
Ex-atleta estava internado com problemas respiratórios e sofria do Mal de Parkinson
Publicado: 04/06/2016 às 01:50

Muhammad Ali, em registro de 1966. Foto: Wikimedia/Reprodução/

Um dos maiores atletas de todos os tempos, o boxeador norte-americano Muhammad Ali faleceu no começo deste sábado. O ex-atleta estava internado por causa de problemas respiratórios, que foram a causa de seu falecimento. Ali sofria do Mal de Parkinson desde a primeira metade dos anos 1980, pouco após se aposentar em 1981.
"Depois de 32 anos de batalha contra o Parkinson, Muhammad Ali morreu aos 74 anos", informou Bob Gunnell, porta-voz da família Ali, à imprensa norte-americana.
Batizado como Cassius Marcellus Clay Jr., Muhammad Ali estava internado desde quinta-feira em um hospital de Scottsdale, no estado do Arizona.
O funeral do ícone do boxe peso-pesado será realizado em sua cidade natal, Louisville, no estado do Kentucky.
A lenda
Filho de uma empregada e de um pintor, Cassius Clay nasceu em 17 de janeiro de 1942, em Louisville, Kentucky. Foi batizado na Igreja Metodista, mas conheceu o islamismo através da Nação do Islã em Chicago, em 1959.
Aos 12 anos, conheceu o técnico de boxe Joe Martin, chefe de polícia de Louisville. Em determinada ocasião, o pequeno Cassius revidou um assalto utilizando os próprios punhos, e Martin sugeriu que ele praticasse boxe para se defender melhor.
Em 1960, aos 18 anos, ganhou a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Roma, ao vencer o polonês Zigzy Pietrzykowski.
Em 1962, conheceu o ativista Malcolm X, seu grande mentor espiritual e político. Em 1964, aos 22 anos, se tornou campeão mundial dos pesos-pesados, após derrotar Sonny Liston. A amizade entre o boxeador e o ativista acabou quando Malcolm decidiu sair da Nação, poucas semanas após Clay entrar de fato no islamismo e mudar seu nome para Muhammad Ali. Ele afirmou que não queria utilizar seu "nome de escravo que não havia escolhido".
Em 1967, pouco após a luta de defesa de cinturão contra Zora Folley, teve seu título retirado por recusar a convocação do exército para ir à Guerra do Vietnã - "nenhum vietcongue me chamou de crioulo", declarou. O estado de Nova York suspendeu sua licença, e Ali, então, ficou sem lutar profissionalmente até outubro de 1970, o que, para muitos, é considerado o motivo de ele não ter ido mais longe em sua carreira.
Ao voltar, derrotou Jerry Quarry, em uma luta de apenas três rounds.
No ano seguinte, em 1971, sofreu a primeira derrota como profissional, para Joe Frazier, resultado por decisão unânime dos juízes, naquela que é considerada "A luta do século". Depois de Frazier, costurou uma sequência de dez vitórias, até perder novamente, desta vez para Ken Norton. Na revanche, em 1973, Ali venceu por pontos, passando doze assaltos com o maxilar quebrado.
Em 74, teve a revanche contra Frazier, e o venceu. No mesmo ano, foi organizado aquele que é considerado um dos maiores eventos esportivos da história: o embate entre Ali e George Foreman - The rumble in the jungle ("A luta na floresta", em tradução livre) -, em Kinshasa, no Zaire. Ali derrotou o adversário por nocaute no oitavo round.
Entre 75 e 77, defendeu o cinturão por dez vezes e permaneceu invicto. Perdeu em 1978 para Leon Spinks, mas recuperou o cinturão na revanche. Depois de Spinks, realizou mais duas lutas, em Las Vegas contra o compatriota Larry Holmes e nas Bahamas contra o jamaicano Trevor Berbick ("Drama nas Bahamas"), perdendo ambas.
Decidiu se aposentar em 1981. Três anos depois foi diagnosticado com o Mal de Parkinson, que o acompanhou até a morte. Durante os 21 anos de carreira profissional, conquistou um cartel de 57 vitórias (37 por nocaute) e cinco derrotas.
Legado e homenagens
Tendo derrotado todos os grandes lutadores peso-pesados de sua época, Ali é considerado o maior lutador de boxe de todos os tempos. Era casado com Yolanda Williams desde 1986.
Foi coroado pela revista especializada Sports Illustrated como o "Esportista do Século" e "Personalidade Esportiva do Século" pela BBC.
Ali escreveu livros de sucesso sobre sua carreia, como os clássicos "A alma de uma borboleta" e "O maior: minha própria história", ambos best-sellers.
Provocador, bonachão e íntimo das câmeras, Muhammad Ali inovou, numa época em que os empresários dos lutadores é que apareciam para falar com a mídia. Durante coletivas de imprensa e entrevistas, comumente tomava o controle da situação e discursava sobre assuntos de fora do esporte, como o racismo, uma de suas principais pautas.
O também ex-campeão peso-pesado Mike Tyson lamentou a morte de Ali. Dedicou várias postagens em seu Facebook em homenagem ao ídolo.
O boxeador e ídolo brasileiro Acelino Popó Freitas também deixou seu tributo na rede social.
O boxeador e ídolo brasileiro Acelino Popó Freitas também deixou seu tributo na rede social.
Últimas

Mais Lidas
