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Autoria Estado Islâmico reivindica atentados terroristas em Bruxelas Pelo menos 34 pessoas, segundo a emissora estatal belga, morreram nas explosões desta terça-feira

Por: Diario de Pernambuco

Por: AFP - Agence France-Presse

Publicado em: 22/03/2016 12:12 Atualizado em: 22/03/2016 12:29

Vítima dos atentados de Bruxelas recebe atendimento perto da estação de metrô de Maalbeek. Foto: Emmanuel Dunand/AFP
Vítima dos atentados de Bruxelas recebe atendimento perto da estação de metrô de Maalbeek. Foto: Emmanuel Dunand/AFP

O grupo terrorista Estado Islâmico reivindicou os atentados que atingiram a capital da Bélgica, Bruxelas, nesta terça-feira. A informação é da agência italiana Askanews, que cita fontes do próprio grupo terrorista. Pelo menos 34 pessoas, segundo a emissora estatal belga, morreram nas explosões que atingiram o aeroporto internacional de Bruxelas e uma estação de metrô perto de instituições da União Europeia nesta terça-feira. As explosões foram qualificadas por autoridades como ataques terroristas. Quase 200 pessoas ficaram feridas.



Um suicida cometeu o ataque no aeroporto e as autoridades avaliavam se parte dos responsáveis pelos atentados pode ter fugido, afirmou em entrevista coletiva um promotor federal da Bélgica. As primeiras duas explosões ocorreram na manhã desta terça-feira no principal aeroporto da cidade, perto dos balcões do check-in, por volta das 8h (hora local). Testemunhas disseram que havia sangue de muitas das vítimas pelo chão e que houve pânico entre as pessoas que tentavam fugir. Pouco depois das 9h (hora local), outra explosão atingiu a estação de metrô de Maelbeek, que fica bastante próxima de prédios da União Europeia em Bruxelas.

Publicado por Jef Versele em Terça, 22 de março de 2016

O ataque repercutiu no mundo todo. Em Havana, o presidente norte-americano Barack Obama afirmou que é preciso união para derrotar os terroristas. “Nós devemos estar juntos. Nós podemos e nós derrotaremos os terroristas”, disse ele. O primeiro-ministro britânico David Cameron, expressou suas condolências às vítimas e declarou que a Inglaterra estaria junto à Bélgica neste momento difícil. O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, divulgou nota afirmando que “Bruxelas deve se manter forte” e que a União Europeia faria tudo o que possível para ajudar o povo belga. O Papa Francisco condenou a "violência cega" dos atentados desta terça-feira em Bruxelas, e afirmou estar rezando pelas vítimas.

O atentado deixou o mundo em alerta. Na Holanda, país vizinho da Bélgica, duas estações de trem em Amsterdã foram evacuadas. Nos Estados Unidos, reforçaram a segurança nos principais aeroportos e linhas de metrô. Países como Alemanha e Inglaterra também tomaram medidas emergenciais para aumentar a proteção em locais com grande circulação de pessoas.

As explosões ocorreram dias após a prisão de Salah Abdeslam, apontado como um dos principais responsáveis pelos ataques e que foi capturado em Bruxelas, após uma caçada de quatro meses. Desde a semana passada, a polícia belga tem feito buscas por suspeitos de participação nos atentados em Paris. Nesta segunda-feira, foi divulgada a identidade de um cúmplice do ataque na França. Conhecido pelo nome falso de Soufiane Kayal, ele foi identificado como Najim Laachraoui, um homem de 24 anos.

Atentados atribuídos ao movimento jihadista ocorrem na Europa desde 2004
Policial conforta um ferido na estação Atocha, em Madri, em maio de 2004. Foto: Ricardo Cases/AFP
Policial conforta um ferido na estação Atocha, em Madri, em maio de 2004. Foto: Ricardo Cases/AFP

Os atentados desta terça-feira em Bruxelas, que ainda não foram reivindicados, ocorrem em um contexto de ataques na Europa atribuídos ao movimento jihadista, cuja série começou em Madri em 2004. Estes são os principais atentados ocorridos desde então:

- 11 de março de 2004 - Espanha: Uma dezena de bombas explodem às 07h40 em Madri e em seus subúrbios a bordo de quatro trens, deixando 191 mortos e cerca de 2.000 feridos. O atentado é reivindicado por uma célula islamita radical em nome da Al-Qaeda.

- 7 de julho de 2005 – Grã- Bretanha: Quatro atentados suicidas coordenados em horário de grande movimento em três trens do metrô e em um ônibus londrinos deixam 56 mortos e 700 feridos. São reivindicados por um grupo vinculado à Al-Qaeda.

- 11-19 março de 2012 - França: Nos dias 11 e 15 de março, Mohamed Merah, de 23 anos, dispara e mata três militares em Toulouse e em Montauban (sul), e depois, em 19 de março, três crianças e um professor da escola judaica Ozar Hatorah de Toulouse. É abatido pelas forças de segurança no dia 22 de março após um cerco policial ao seu apartamento de 32 horas.

- 24 de maio de 2014 - Bélgica: Um homem abre fogo na entrada do museu judeu de Bruxelas deixando quatro mortos, incluindo um casal de turistas israelenses. O suposto autor, o franco-argelino Mehdi Nemmouche, é detido no sul da França e extraditado à Bélgica.

- 7-9 de janeiro de 2015 - França: Dois jihadistas franceses, os irmãos Kouachi, matam doze pessoas, incluindo cinco cartunistas, na sede da revista satírica Charlie Hebdo em Paris, alvo de ameaças de morte por ter publicado caricaturas de Maomé em 2006 e 2012. Os dois irmãos são abatidos pela polícia ao término de três dias de fuga.

Simultaneamente, outro jihadista francês, Amédy Coulibaly, mata 5 pessoas, um agente municipal na rua, e quatro judeus em um supermercado kasher, antes de ser morto. Os três jihadistas reivindicam seu pertencimento à Al-Qaeda na Península Arábica (AQPA) ou ao grupo Estado Islâmico (EI).

- 14 de fevereiro de 2015 - Dinamarca: Omar El-Hussein, dinamarquês de origem palestina, abre fogo com uma arma automática contra um centro cultural no qual é realizada uma conferência com o tema "Arte, blasfêmia e liberdade". O cineasta dinamarquês Finn Nørgaard morre no ataque e três policiais ficam feridos. O criminoso consegue escapar e durante a tarde mata um judeu, Dan Uzan, em frente a uma sinagoga, atingindo dois policiais. Horas mais tarde é abatido pela polícia.

- 13 de novembro de 2015 - França: 130 mortos e mais de 350 feridos em vários atentados, alguns deles cometidos por homens-bomba, em uma casa de shows, em bares e restaurantes do leste de Paris, e nos arredores do Stade de France, subúrbio ao norte da capital. O grupo Estado Islâmico (EI) reivindicou os ataques.