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Exército israelense cerca povoado da Cisjordânia após ataque em Jerusalém
Alvos eram três jovens palestinos que mataram uma guarda fronteiriça emn Jerusalém
Publicado: 04/02/2016 às 14:58

Guardas fronteiriços de Israel montam guarda durante confrontos com jovens palestinos em Qabatiya, norte da Cisjordânia ocupada. Foto: Jaafar Ashtiyeh/AFP/

O exército israelense cercou nesta quinta-feira um povoado do norte da Cisjordânia de onde eram provenientes os três palestinos que, na véspera, mataram em Jerusalém uma guarda fronteiriça, indicaram as autoridades locais.
Os três jovens da localidade de Qabatiya, ao sul de Yenín, atacaram na quarta-feira guardas fronteiriços com armas de fogo e facas junto à porta de Damasco, um dos acessos à cidade velha de Jerusalém.
No ataque, uma guarda de fronteira israelense de 19 anos morreu baleada na cabeça e outra ficou ferida. Os três criminosos, de cerca de 20 anos, foram abatidos.
Após o ataque, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, reuniu os responsáveis máximos dos serviços de segurança, que ordenaram cercar Qabatiya e realizar uma série de detenções na localidade, indicou um responsável político que pediu o anonimato.
Até agora, o exército deteve dez pessoas ligadas ou que conhecem os três jovens.
As forças israelenses tomaram as medidas da casa dos agressores, um passo prévio à demolição de punição realizada por Israel.
Também ocorreram confrontos entre soldados israelenses e habitantes da localidade, que viveu distúrbios durante a primeira e segunda Intifada.
Vários de seus habitantes morreram na onda de violência nos territórios palestinos que, desde 1º de outubro, deixou 164 palestinos, 26 israelenses, um americano e um eritreu mortos, segundo contagem da AFP.
A maioria dos palestinos morreu quando cometiam agressões ou quando supostamente iriam agir.
A violência do ataque de quarta faz temer uma escalada. Ao contrário das agressões dos últimos meses, não foi cometido por um palestino isolado com uma faca, e sim por três pessoas que portavam metralhadoras e explosivos, que não explodiram.
Hadar Cohen, a guarda vitimada com uma bala na cabeça, será enterrada nesta quinta.
Tanto ela quanto sua companheira, ferida com uma faca, estava apenas há dois meses no serviço e ainda não haviam terminado sua formação, segundo a imprensa israelense.
"O atentado é um importante sinal de alerta", afirmou o jornal Maariv, enquanto que o jornal Yedioth Aharonoth fala de "uma mudança na atual onda de terrorismo".
Os observadores acham que Netanyahu poderá adotar medidas mais radicais, mas, para isso, terá de vencer primeiro a resistência de seus generais, que se negam a uma ação de castigo coletiva e querem manter a relativa normalidade nos territórios palestinos para evitar uma escalada.
Em meio a este clima, um tribunal de Israel condenou nesta quinta dois jovens israelenses à prisão perpétua e a 21 anos de prisão, respectivamente, por terem queimado vivo um adolescente palestino, fato que foi um dos desencadeantes da guerra de Gaza em 2014.
Os dois israelenses eram menores no momento do ataque, no qual, junto a um terceiro homem, sequestraram Mohammed Abu Khdeir, de 16 anos, em uma rua de Jerusalém e depois o mataram.
O colono israelense Yosef Haim Ben-David, de 31 anos, é considerado o cérebro do ataque, mas seus advogados asseguram que ele sofre de problemas mentais e que não era responsável por seus atos.
O tribunal sentenciou que ele cometeu o crime, mas ainda deve ser determinado se é mentalmente responsável ou não.
Os outros dois acusados tinham 16 anos na ocasião, mas agora são adultos. Suas identidades não foram divulgadas por serem menores no momento do crime.
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