Encontro Obama e rei saudita mostram entendimento e tentam deixar tensões de lado Obama reiterou a necessidade de colocar em vigor o acordo com o Irã sobre seu controverso programa nuclear

Por: AFP - Agence France-Presse

Publicado em: 04/09/2015 18:00 Atualizado em:

O presidente americano, Barack Obama (E), e o rei Salman, da Arábia Saudita, duarante encontro em Washington, DC, no dia 4 de setembro de 2015. Foto: AFP/Yuri Gripas.
O presidente americano, Barack Obama (E), e o rei Salman, da Arábia Saudita, duarante encontro em Washington, DC, no dia 4 de setembro de 2015. Foto: AFP/Yuri Gripas.

Washington (AFP) - O presidente americano, Barack Obama, e o rei Salman, da Arábia Saudita, mantiveram nesta sexta-feira um encontro longamente adiado na Casa Branca, no qual evocaram "preocupações comuns", demonstrando certa evasiva em temas que provocam tensão entre os dois países, como Irã e Iêmen.

Em sua primeira visita à Casa Branca desde que chegou ao trono, em janeiro, o governante saudita, de 79 anos, foi recebido pessoalmente - um fato excepcionalmente raro - por Obama, ao desembarcar do carro em que estava.

Em seus breves comentários à imprensa no Salão Oval da Casa Branca, o rei Salman destacou que sua visita era um símbolo "da forte e profunda relação" que existe entre a Arábia Saudita e os Estados Unidos.

Falando de uma "amizade pessoal", mas também de uma "amizade profunda e duradoura" entre os dois povos, Obama evocou, por sua vez, as "preocupações comuns" sobre a crise na Síria, destacando uma vez mais a necessidade de chegar a uma transição política no país devastado pela guerra.

"Compartilhamos as preocupações relativas ao Iêmen e à necessidade de colocar em funcionamento um governo que funcione, que dê espaço a todos e que possa responder à situação humanitária vigente", declarou o presidente.

Embora os Estados Unidos apoiem a vontade da Arábia Saudita de contrabalançar o avanço dos rebeldes xiitas huthis no Iêmen, apoiados pelo Irã, Washington advertiu a todas as partes sobre o impacto do conflito na população civil.

Poucas dezenas de manifestantes se reuniram em frente à Casa Branca para condenar a intervenção militar de Riad naquele país.

Obama reiterou a necessidade de colocar em vigor o acordo com o Irã sobre seu controverso programa nuclear  "para assegurar que não desenvolva a arma nuclear" e ratificou sua determinação de lutar contra as "atividades desestabilizadoras na região" de Teerã.

Depois do acordo alcançado em julho entre as grandes potências e o Irã sobre o tema nuclear, as monarquias sunitas do Golfo, com a Arábia Saudita à frente, expressaram o temor de que Teerã se coloque cada vez mais como um interlocutor legítimo na região.