Imigrantes Europa finalmente se mobiliza; centenas de refugiados na fronteira húngara

Por: AFP - Agence France-Presse

Publicado em: 30/08/2015 13:32 Atualizado em: 30/08/2015 17:22

Vários líderes europeus defenderam neste domingo (30) o direito de asilo dos refugiados, num momento em que centenas de migrantes continuam a atravessar a fronteira húngara, um dos pontos de entrada da União Europeia, apesar da conclusão de uma cerca de arame farpado para contê-los.

O primeiro-ministro francês e os chefes da diplomacia italiana e francesa se pronunciaram a favor de uma rápida intervenção em favor da concessão de asilo aos refugiados, enquanto Berlim, Londres e Paris convocaram uma reunião ministerial nas próximas duas semanas "para avançar concretamente" ante a crise migratória.

Em uma declaração conjunta, os ministros francês, alemão e britânico do Interior - Bernard Cazeneuve, Thomas de Maizière e Theresa May - ressaltaram "a urgência de criar, o mais tardar antes do final do ano, na Grécia e na Itália" centros de triagem para separar as pessoas em situação de refugiado e os migrantes econômicos ilegais.

Os três ministros também defenderam o estabelecimento, "muito rapidamente", de uma "lista de países de origem segura", a fim de "completar o Sistema de Asilo Europeu Comum, proteger os refugiados e assegurar a eficácia do retorno de imigrantes ilegais para os seus países de origem."

A Itália fará da obtenção "do direito europeu de asilo" sua batalha dos próximos meses, assegurou neste domingo o primeiro-ministro Matteo Renzi.

"A Europa deve parar de se comover e começar a se mover. Devemos escolher, finalmente, (...) ter uma política europeia de imigração, com um direito europeu de asilo", insistiu em entrevista ao Corriere della Sera.

Os imigrantes que "fogem da guerra, da perseguição, tortura, opressão, devem ser acolhidos", insistiu o primeiro-ministro francês, Manuel Valls.

"Cada pedido de asilo deve ser considerado rapidamente", acrescentou Valls, em um discurso em La Rochelle (oeste). "Os imigrantes devem ser tratados com dignidade, protegidos, bem cuidados".

O chefe da diplomacia francesa, Laurent Fabius, considerou por sua vez neste domingo "escandalosa" a atitude de alguns países do leste europeu ante a crise de refugiados.

"Quando eu vejo alguns países europeus que não aceitam as quotas (distribuição de exilados), considero isso escandaloso", disse aos veículos Europe 1, i-TV e Le Monde, acrescentando que estes países estão "no leste da Europa".

Na mesma linha, o papa Francisco denunciou neste domingo a morte de 71 imigrantes - provavelmente sírios - encontrados na quinta-feira em um caminhão abandonado numa estrada entre Budapeste e Viena, exigindo "uma cooperação eficaz" contra "crimes que ofendem a humanidade ".