Trípoli Parlamento em Trípoli recusa proposta de acordo da ONU

Publicado em: 07/07/2015 19:42 Atualizado em:

Cidadãos líbios protestam contra o enviado da ONU, Bernardino León, em Trípoli. FOTO: Mahmud Turkia/AFP
Cidadãos líbios protestam contra o enviado da ONU, Bernardino León, em Trípoli. FOTO: Mahmud Turkia/AFP
O Parlamento instalado em Trípoli - não reconhecido pela comunidade internacional - rejeitou nesta terça-feira uma proposta da ONU para resolver a crise política na Líbia, mas aceitou continuar as negociações em Marrocos.

Em situação caótica desde a queda do regime de Muamar Khadafi, em 2011, a Líbia tem dois Parlamentos - e dois governos - que lutam pelo poder, um baseado na capital Trípoli e o outro em Tobruk (leste), o único reconhecido pela comunidade internacional.

O enviado da ONU para a Líbia, Bernardino León, que está desde março em Skhirat, no Marrocos, para tentar reaproximar os dois lados, submeteu recentemente uma proposta de acordo que prevê a formação de um governo de união nacional e a organização de novas eleições.

"O projeto de acordo não é satisfatório, por isso não podemos assiná-lo", justificou num comunicado o porta-voz do Conselho Geral Nacional (CGN), Omar Hamidan, depois da sessão do parlamento de Trípoli.

O CGN solicitou que a missão da ONU "reabrir o debate sobre este projeto", ressaltando que "está disposto a ir imediatamente à mesa de negociações quando a data será estipulada, para discutir mudanças no texto".

Entre as mudanças, o CGN quer que conste no texto o termo "respeito da magistratura", numa possível referência à Suprema Corte, que invalidou em novembro do ano passado o Parlamento baseado no leste do país.

A delegação de Trípoli ficou fora das negociações na semana passada, por considerar que as modificações solicitadas não constavam na quarta versão do texto.

O parlamento da capital em ligações com Fajr Libya, coalizão de milícias islamistas que controla a cidade há cerca de um ano.

Fajr Libya considera que o texto da ONU "trai o sangue derramado pelos mártires pela libertação da Líbia e a preservação da soberania".

Centenas dos seus seguidores manifestaram nesta terça-feira na frente da sede do CGN contra a proposta de acordo da ONU, exibindo faixas com a menção: "Não a Leon".