Mundo
Tensão
Jihadistas anti-Hamas ameaçam com espiral de violência em Gaza
Várias bombas destruíram no domingo os carros de cinco combatentes da Jihad Islâmica e do Hamas
Publicado: 21/07/2015 às 13:23

Ataques quase simultâneos destruíram neste domingo os carros de cinco membros dos braços armados da Jihad Islâmica e do Hamas, que enfrentam o crescente desafio dos salafistas radicais na Faixa de Gaza. Foto:MOHAMMED ABED/ AFP/

Gaza (Territórios palestinos) (AFP) - Um grupo salafista ameaçou Gaza com uma escalada de violência de "resultados catastróficos", além de disparos de foguetes contra Israel, em resposta à prisão em suas fileiras, dois dias depois de atentados contra o Hamas e a Jihad Islâmica.
Várias bombas destruíram no domingo os carros de cinco combatentes da Jihad Islâmica e do Hamas, que foram recentemente alvo de críticas em círculos salafistas jihadistas.
Estes grupos defendem a luta armada não apenas contra Israel, como também contra os movimentos ligados ao islamismo político.
Os ataques de domingo foram inéditos em diferentes níveis: foi a primeira vez que a Jihad Islâmica, segunda força em Gaza e aliada do Hamas, é alvo de um ataque; foi também a primeira vez que um atentado coordenado - cinco bombas explodiram no espaço de 15 minutos no mesmo bairro de Sheikh Radouane - visa tantos membros dos movimentos islâmicos em Gaza.
Segundo testemunhas, as bombas foram colocadas sob três carros pertencentes a membros das Brigadas al-Qassam, o braço armado do Hamas, e duas outras sob dois veículos de membros das Brigadas Al-Quds, o braço armado da Jihad Islâmica.
A polícia do Hamas, no poder no enclave palestino, não acusou ninguém, mas prometeu que os "sabotadores não escapariam às sanções" e, horas depois, prendeu vários mujahedines.
"Os salafistas decidiram responder a esses crimes e artimanhas do Hamas apontando seus foguetes contra o ocupante (israelense) e multiplicando as represálias", ameaça o texto.
"Os resultados catastróficos não beneficiarão ninguém e toda a responsabilidade recai sobre o Hamas e seus aliados em Gaza", afirma ainda o comunicado.
Em relação aos atentados, os parentes dos salafistas presos alega que é "um novo golpe montado pelo Hamas, premeditado ou ao menos aproveitado para encobrir a aplicação de seus planos para erradicar o movimento salafista jihadista".
Em Gaza, a disputa entre o Hamas e os radicais não é algo novo: em 2009, já foram reprimidos durante e uma de suas mesquitas queimada.
O texto acusa igualmente "uma parte" - que não nomeia - de "querer mergulhar Gaza em guerras intestinas que só beneficiam o ocupante e seus colaboradores".
Nos últimos meses, o Hamas foi alvo de vários ataques. O mais espetacular aconteceu em maio, quando o grupo "Partidários do Estado Islâmico em Jerusalém" reivindicou disparos de morteiro contra uma de suas bases.
O Hamas e a Jihad Islâmica, principais forças na Faixa de Gaza, denunciam regularmente os movimentos jihadistas, incluindo o EI.
"O Hamas não quer que Gaza se torne a Síria ou o Iraque, porque isso seria um presente à ocupação israelense", afirmou recentemente um líder do movimento islâmico à AFP.
Para o Hamas e a Jihad Islâmica, as atrocidades do EI "mancham a imagem do Islã" e vão "contra os seus princípios".
Últimas

Mais Lidas
