Militares nigerianos mataram 28 milicianos durante o fim de semana em uma operação lançada no centro do país, após a morte de seis soldados no mês passado, informou o exército nesta segunda-feira.

A violência ocorreu na fronteira dos estados de Plateau e Taraba, uma região que é frequentemente palco de conflitos sem relação com o Boko Haram, embora o grupo islamita armado tenha reivindicado ataques na área.

"No desejo de libertar esta região (...) dos massacres incessantes e banditismo, houve troca de tiros entre nossas tropas e membros da milícia, quando houve mortes" no sábado, declarou à AFP Iweha Ikedichi, porta-voz do exército nesta região."Vinte e oito milicianos foram mortos, um soldado foi ferido e outro foi dado como desaparecido desde o tiroteio", acrescentou.

Segundo Iweha, a operação contra as localidades de Wase e Langtang foi lançada em resposta a um ataque por bandos armados contra estas tropas posicionadas nesta região em 28 de abril."Eles mataram soldados, tomaram suas armas, arrancaram seus olhos, cortaram suas línguas e decapitaram da pior maneira", revelou.

Iweha negou formalmente as acusações que circulam na imprensa nigeriana de que o Exército teria incendiado casas e atirado contra a população indiscriminadamente.O porta-voz do governador de Plateau, Pam Ayuba, disse ter recolhido os testemunhos de habitantes que se queixaram do exército.

Não se sabe ainda quem são esses milicianos e se estão ligados, direta ou indiretamente, ao Boko Haram.O estado de Plateau é um dos estados no centro da Nigéria que junta o sul, predominantemente cristão, e o norte, de maioria muçulmana.A região, chamada de "Middle Belt", tem sido palco de violência sectária e comunitária, que deixou centenas de mortos nos últimos anos.Jos, capital do estado de Plateau, no entanto, tem sido alvo de diversos ataques do Boko Haram.