Acusados Sete israelenses são indiciados por tráfico de órgãos internacional Um dos acusados era considerado um especialista no transplante de órgãos e foi chefe do departamento de transplantes no hospital Beilinson, perto de Tel Aviv, até se aposentar em 2003

Por: Correio Braziliense

Publicado em: 13/05/2015 14:03 Atualizado em:



Jerusalém - Sete israelenses foram acusados nesta quarta-feira em Tel Aviv de pertencer a uma rede internacional de tráfico de órgãos e transplantes ilegais no Kosovo, Azerbaijão, Sri Lanka e Turquia, informou o ministério da Justiça israelense.

Eles são acusados de obter lucros por meio do tráfico de órgãos entre 2008 e 2014, indicou o ministério em um comunicado, acusando-os de explorar as "dificuldades econômicas dos doadores e o desespero dos receptores".

Um dos acusados, Avigad Sandlar, procurava pacientes israelenses para lhes oferecer esses órgãos obtidos no Kosovo, Azerbaijão e Sri Lanka. Um outro, Boris Wolfman, era responsável pela identificação de potenciais doadores, que concordaram em vender um rim, no Kosovo e Azerbaijão, antes de expandir suas atividades ao Sri Lanka e Turquia.O terceiro acusado, Moshe Harel, também trabalhava no Kosovo com um médico turco, Yusuf Ercin Sonmez. Os dois já haviam sido mencionados em um julgamento em 2013 por tráfico de órgãos no Kosovo, mas não foram indiciados por não terem sido colocados à disposição do tribunal europeu.

Outro acusado, Zaki Shapira, considerado um especialista no transplante de órgãos, foi chefe do departamento de transplantes no hospital Beilinson, perto de Tel Aviv, até se aposentar em 2003.Ele fazia parte "integral" das atividades ilegais de outros réus no Kosovo, Azerbaijão e Sri Lanka, informou o ministério.

"Ele explorou sua fama para ajudar outras pessoas acusadas a atrair potenciais beneficiários, cuidando dos trâmites administrativos e verificando a qualidade dos hospitais e dos médicos que realizavam os transplantes", acrescentou.

Em abril de 2013, um tribunal europeu condenou cinco médicos kosovares a penas de até oito anos de prisão por tráfico de órgãos humanos no Kosovo. Os doadores eram recrutados na Europa e na Ásia Central, sob a promessa de 15.000 euros, enquanto os receptores de órgãos estavam dispostos a pagar até 100.000 euros para tal intervenção.

Na acusação, Moshe Harel foi apresentado como sendo o cérebro da rede de recrutamento de doadores e receptores de órgãos, enquanto Yusuf Ercin Sonmez era suspeito de ter realizado os transplantes.