Audiência em Miami é aguardada com expectativa no Brasil
Avó da criança, a defensora pública aposentada Kátia Albuquerque, diz que espera respeito e responsabilidade da justiça americana, devolvendo a guarda da menor à mãe
Publicado: 20/05/2015 às 09:37

Foto de mãe e filha na Disney, postada em rede social na internet pela avó, que se diz impotente diante da decisão da justiça em conceder a guarda da criança ao pai, acusado de pedofilia/
Mesmo de longe, os parentes de Karla Janine Albuquerque se mantém firmes na luta para libertar a criança das mãos do homem que teria abusado dela. Defensora pública aposentada, a avó, Kátia Albuquerque, já se desfez de carro, apartamento e faz constantes empréstimos para dar suporte à batalha travada pela filha nos Estados Unidos. Na semana em que a justiça americana pode retirar do técnico de ar-condicionado Patrick Galvin a custodia da neta, ela faz uma campanha silenciosa na internet.
Todos os dias, ela posta pelo menos uma foto da criança junto com a mãe, na tentativa de mostrar a vida feliz que um dia as duas lavaram. Os registros foram feitos nos últimos anos na Flórida, onde a menina nasceu, e no Texas, onde mãe e filha viveram escondidas durante quase três anos, antes da prisão de Karla Janine.
“A menina sempre foi muito bem cuidada. Karla sonhou com essa filha a vida inteira e estava realizada ao dar a luz aos 37 anos de idade. Cuidava de cada detalhe. Desde a roupinha mais bonita até o penteado mais caprichado. Karla sempre foi uma boa mãe. Nada justifica ela ter sido presa e muito menos, ter sido separada da filha. Tudo é muito revoltante”, desabafa.
Tendo que recorrer a remédios para controlar a ansiedade, a defensora pública aposentada não consegue entender como a justiça americana tem sido tão indiferente ao drama vivido pela filha e pela neta. Ela, que já atuou em diversos casos para defender vítimas de abusos sexuais, se sente impotente diante da falta de apoio para Karla e a menina nos Estados Unidos. “Esse caso deveria ter toda prioridade da justiça americana. Fui agente de defesa de muitas pessoas através da justiça brasileira, mas me sinto impotente ao saber que nada posso fazer pra defender duas das pessoas que mais amo na vida. Espero que, a partir dessa audiência, o caso seja tratado com respeito e responsabilidade”, declara.

