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Conflito

Anistia Internacional denuncia tortura na Ucrânia

A ONG de defesa dos direitos humanos diz ter interrogado 33 ex-prisioneiros. Quase todos descreveram espancamentos e outros abusos

Publicado: 22/05/2015 às 10:09

Soldado da autoproclamada república popular de Donetsk monta guarda na cidade de Shyrokynem, em março. Foto: John MacDougall/AFP/

Soldado da autoproclamada república popular de Donetsk monta guarda na cidade de Shyrokynem, em março. Foto: John MacDougall/AFP/

Soldado da autoproclamada república popular de Donetsk monta guarda na cidade de Shyrokynem, em março. Foto: John MacDougall/AFP
Kiev (AFP) - O exército ucraniano e os separatistas pró-russos cometem de forma regular atos de tortura e outros abusos contra prisioneiros e civis, segundo um documento publicado nesta sexta-feira pela ONG Anistia Internacional.

Ex-prisioneiros afirmam ter "sido espancados até seus ossos quebrarem, torturados com eletricidade, esfaqueados, pendurados no teto ou privados de sono durante dias", detalha o documento, que também fala de simulações de execução.

A ONG de defesa dos direitos humanos diz ter interrogado 33 ex-prisioneiros, 17 deles detidos por separatistas e 16 por forças ucranianas e pelos serviços de segurança (SBU), para realizar sua investigação.

Destes 33 prisioneiros, todos eles detidos entre julho de 2014 e abril de 2015, "32 descreveram severos espancamentos e outros abusos sérios", indica. A Anistia destaca ter corroborado estes testemunhos com provas adicionais, como "ossos quebrados, documentos médicos, fotografias de espancamentos e outros ferimentos, cicatrizes, dentes quebrados".

Segundo a ONG, estas práticas chocantes foram realizadas pelas duas partes, e também afetaram civis.

A Anistia Internacional também se refere a oito casos de execuções sumárias de prisioneiros ucranianos capturados por rebeldes pró-russos.

As forças ucranianas combatem uma rebelião separatista pró-russa no leste do país, armada e apoiada pela Rússia, segundo Kiev e os ocidentais.

Moscou desmente categoricamente qualquer envolvimento no conflito que deixou mais de 6.200 mortos desde abril de 2014. 
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