Polêmica "Querida comunidade gay: seus filhos estão sofrendo" Norte-americana, adotada por casal lésbico, escreveu artigo onde diz que é contra casamento gay, no entanto, fez questão de frisar que não é uma questão de ódio

Por: Victoria Arruda

Publicado em: 20/03/2015 20:52 Atualizado em: 21/03/2015 01:46

 (Divulgação)

Em um momento em que os direitos do movimento LGBT vêm ganhando força, uma história parece estar chamando atenção da categoria e não pelo lado positivo. A norte-americana Heather Barwick, 31, escreveu nessa terça-feira (17), um artigo intitulado "Querida comunidade gay: seus filhos estão sofrendo", que vem causando discussões nas redes sociais.

No texto, Heather conta que a mãe já sabia que era gay antes mesmo de se casar com seu pai, mas foi quando ela tinha dois ou três anos que viu a genitora pedir o divórcio para viver com outra mulher, e conta que sentiu falta do pai durante a infância.

Em um trecho, ela diz que elas viviam em um ambiente liberal e mente aberta, rodeadas de amigos gays e lésbicas, além da parceira da mãe tê-la tratado "como se fosse sua própria filha". Mas justifica seu pensamento: "Não é porque vocês são gays. Eu amo muito vocês. É pela própria natureza do relacionamento entre pessoas do mesmo sexo".

Ela também conta que quando tinha 20 anos chegou a militar pela causa gay, mas depois de ver o quanto a situação havia impactado em sua vida, mudou de ideia. "Casamento entre pessoas do mesmo sexo significa privar a criança de um pai ou uma mãe dizendo que não importa, que é tudo o mesmo. Mas não é".

Para Heather, não é uma questão de ódio, e sim algo que precisa ser conversado. "Muitos de nós, muitos de seus filhos, estão sofrendo. A ausência do meu pai criou um grande vazio em mim e eu sofria todo dia por não ter um. Eu amo a parceira da minha mãe, mas outra mãe nunca substituirá o pai que eu perdi".

A americana também afirmou que teve dificuldade de entender como seria sua relação com o marido. "Eu não sou gay, mas a relação que tinha como modelo antes era entre duas mulheres".

Mais uma polêmica
Também nesta semana, outra história desagradou a comunidade gay. Os donos de uma famosa grife e homossexuais assumidos, os estilistas Dolce e Gabbana se disseram a favor da família tradicional.

Em entrevista à revista Panorama, Domenico Dolce afirmou desaprovar a fertilização in vitro. “Nós não inventamos a família. (…) E não é questão de religião ou estado social, não tem jeito: você nasce e tem um pai e uma mãe – ou ao menos deveria ser assim. Por isso não me convencem aqueles a quem eu chamo de filhos da química, os bebês sintéticos. É uma barriga de aluguel, sêmen escolhido por catálogo. Mas será que eles concordariam em ser filhos da química?”.

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Stefano Gabbana, ao contrário, disse que pretende ter filhos, mas com a ressalva “Eu sou contra a ideia de uma criança que cresce com dois pais gays. A criança precisa de uma mãe e um pai. Eu não poderia imaginar minha infância sem minha mãe. Também acredito que é cruel levar um bebê para longe de sua mãe”.

Já Dolce mostrou pensar diferente do sócio quando se trata de filhos “Sou gay, não posso ter um filho. Creio que não se possa ter tudo na vida. Também é bom privar-se de algo. A vida tem o seu curso natural, há coisas que não devem ser alteradas. E uma delas é a família”.

As afirmações dos estilistas causaram frisson entre celebridades como Ricky Martin, Sharon Stone e Elton John, este último que vive com um parceiro e filhos. O cantor britânico chegou a convocar um boicote aos artigos da grife acompanhado da explicação: "O pensamento arcaico de vocês está fora de sintonia com os tempos, assim como sua grife. Eu nunca mais vou vestir Dolce&Gabbana de novo. #BoicoteDolceGabbana".





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