Diario de Pernambuco
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Holocausto Auschwitz, 70 anos depois: vergonha

Por: Victor Germano

Publicado em: 27/01/2015 09:51 Atualizado em: 27/01/2015 10:54

Nesta segunda-feira (26), a chanceler alemã Angela Merkel relembrou as vítimas do holocausto em ato organizado em Berlim para homenageá-las. Merkel afirmou que o complexo de Auschwitz é um lugar que enche os alemães de vergonha e que os crimes cometidos lá representaram uma "ruptura da civilização".

Criado em maio de 1940, próximo à cidade de Cracóvia, na Polônia, Auschwitz foi o maior complexo de campos de concentração alemão durante a segunda guerra. Funcionando até janeiro de 1945, ele era formado por três campos: Auschwitz I, Auschwitz-Birkenau e Auschwitz-Monowitz.

Os números assustam: 1,5 milhão de pessoas presas, entre judeus, ciganos, poloneses e prisioneiros de guerra dos nazistas. Mais de um milhão de mortos. Em seu auge, Auschwitz chegou a aprisionar 135 mil pessoas, se estendendo por mais de 40 quilômetros quadrados de arames, cercas e guardas armados.

Logo na entrada do campo da concentração, lê-se o infame mote nazista, "Arbeit macht frei": "O trabalho liberta". Em Auschwitz, médicos e cientistas se mobilizavam para realizar experimentos em bebês, gêmeos e anões. Faziam esterilizações forçadas e experiências de hipotermia em adultos, testando seus limites.

A cerimônia de lembrança do holocausto contou ainda com a presença de dois sobreviventes do campo, Marian Turski e Eva Pusztai-Fahidi. As duas falaram sobre as experiências decorrentes do aprisionamento em Auschwitz. De Turski, uma declaração para a humanidade: "O começo de Auschwitz foi a humilhação do outro. Hoje cada vez que um judeu, um israelense, um muçulmano ou um cristão é humilhado, é como se Auschwitz começasse outra vez"

Camboja, Ruanda e Bósnia - Hoje também é dia de lembrar genocídios que aconteceram após o holocausto. No Camboja, na Bósnia e em Ruanda, milhões também foram mortos durante regimes autoritários e brigas étnicas. Mais de 500 mil foram massacrados em Ruanda; 2 milhões no Camboja; milhares na Bósnia. Que o dia 27 de janeiro seja usado para festejar a liberdade de ser diferente.