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Lush, marca britânica de cosméticos naturais, deixa o Brasil

Reconhecida pelos produtos com ingredientes naturais e produção sustentável, Lush encerrou atividades de fábricas e lojas no país

Publicado em: 30/05/2018 14:55 | Atualizado em: 30/05/2018 11:47

Lojas e fábricas da Lush tiveram atividades encerradas e estoque recebeu desconto de 50% sobre quase todos os produtos. Foto: Lush/Divulgação

Má notícia para os brasileiros: a marca britânica de cosméticos naturais Lush encerrou as atividades de todas as suas lojas e fábricas no Brasil. Em comunicado, o grupo informou que a loja virtual e o serviço de atendimento ao cliente permaneceriam disponíveis no país até 31 de agosto - com aplicação de 50% de desconto sobre quase todos os itens do catálogo, à exceção dos produtos Charity Pot, bolsas, lenços e latinhas -, mas o esgotamento do estoque antecipou o fim de sua trajetória no país. Na data de anúncio da despedida, o site da Lush permaneceu congestionado por horas, enquanto seus best sellers foram rapidamente zerados.

A partir de agora, os brasileiros poderão adquirir produtos da Lush somente pelo site estrangeiro (uk.lush.com). “Adoramos atendê-los e gostaríamos de agradecer toda a paixão e entusiasmo de vocês sobre nossos produtos e marca ao longo desses anos”, foi declarado em nota pelo selo. As comunidades nacionais responsáveis pela produção de matérias-primas para a marca não serão afetadas pela decisão. "Seguiremos comprometidos em manter nossa contribuição com o debate local sobre testes em animais e continuaremos obtendo muitos de nossos ingredientes - desde o cumaru até o mel orgânico obtido com base no comércio justo - diretamente das comunidades locais brasileiras", informou a Lush. 

Shampoos sólidos - práticos para viagens e com grande durabilidade - estão entre os mais procurados pelos consumidores. Foto: Lush/Divulgação


A justificativa para o encerramento da trajetória no Brasil não foi explicitada no comunicado oficial direcionado ao público: "Infelizmente, não podemos continuar por aqui, mas após 31 de agosto, você poderá encontrar seus produtos favoritos da Lush e saber mais sobre a empresa em uk.lush.com", declarou a Lush. À imprensa, foi informado que a alta carga tributária e a prolongada recessão econômica dificultaram a permanência da empresa no país.

Em reportagem publicada pela Istoé Dinheiro, contudo, ações judiciais litigiosas entre a empresária paulistana Sandra Isper Rocha e a Lush são apontadas como fator decisivo para a fragilização dos negócios no país. "O processo, que tramita na Justiça desde 2007, opõe os fundadores ingleses e Sandra. A disputa ganhou novo capítulo no início do mês, quando o ministro Marcos Buzzi, da quarta turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) garantiu a Sandra o direito de processar a Lush por R$ 20 milhões em prejuízos sofridos na década passada", informa a Istoé. Em tempo, não é a primeira vez que a gigante britânica articula saída do país: a Lush chegou ao Brasil em 1999 e permaneceu ativa até 2007, quando fechou suas portas no país. Regressou em 2014, com perspectiva de crescimento e abertura de novas franquias. 

A companhia, fundada em 1995 pelo dematologista Mark Constantine e pela esteticista Liz Weir, inspirados pelos cosméticos naturais da The Body Shop (marca lançada em 1976 e pertencente à brasileira Natura desde 2017), tinha entre os destaques de seu catálogo as bombas de sal de banho e os shampoos sólidos - além de sucessos como o creme hidratante Dream Cream e o esfoliante labial Bubblegum.

Entre os cosméticos naturais do catálogo, produtos sólidos - como bombas de banho e shampoos sólidos - se destacam. Foto: Lush/Divulgação
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