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Beleza Jejum intermitente pode trazer consequências sérias ao corpo O personal trainer e nutricionista Wal Paes alerta que o modismo de abrir mão da alimentação por 16h ou mais, por dia, pode comprometer vários sistemas e levar até ao coma

Por: Aline Ramos

Publicado em: 16/12/2017 08:00 Atualizado em: 18/12/2017 09:21

O jejum intermitente é um dos principais métodos que as pessoas adotam por conta própria por conta da influência da Internet. Foto: Internet/Reprodução
O jejum intermitente é um dos principais métodos que as pessoas adotam por conta própria por conta da influência da Internet. Foto: Internet/Reprodução

Há quem esteja em clima de contagem regressiva para a chegada do verão e dos principais agitos que marcam a temporada. Se cuidou ao longo do ano e agora chegou a hora de encarar aquela ida à praia sem peso na consciência. Contudo, outros, ou melhor, a maioria, tenta correr atrás do prejuízo ligado diretamente à forma física. E as promessas revolucionárias para secar rapidamente surgem a todo instante. Uma delas é o jejum intermitente, cuja proposta prega 16h (ou mais) sem alimentação como explica o educador físico e nutricionista, Wal Paes.

 

Na concepção dele, que atua como especialista em nutrição esportiva, obesidade e emagrecimento, há diversas ferramentas e estratégias para emagrecer com saúde e o melhor, comendo. “Existe uma estimativa calórica que precisamos gerenciar diariamente no corpo para o bom desenvolvimento de passos vitais. A partir do momento que alguém abre mão dos nutrientes, independente de quantidade de vezes que o jejum é colocado em prática, a pessoa altera a disposição nos sistemas circulatório, neurológico, respiratório, energético, digestivo, reprodutivo e nervoso, além de órgãos, de tecidos, de células e de átomos diretamente ligados à dimensão física, mental, emocional e energética”, explica o expert.

 

Em tradução direta, as consequências em busca da queima de gorduras sem precisar de uma reeducação alimentar versus controle saudável de calorias incluem desidratação, tonturas, confusão mental, fadiga, anemia, hipoglicemia e até estados de coma, entre outros problemas genéticos/hereditários que podem agravar ainda mais o quadro de mal estar. “Toda e qualquer dieta deve ser pessoal (e intransferível) a partir de uma série de análises de um especialista, com exames e avaliações físicas. O jejum intermitente é um dos principais métodos que as pessoas adotam por conta própria, sobretudo, por influência da Internet, sem ter noção da gravidade. Geralmente, na ilusão que podem continuar a comer de um tudo e a salvação será esse radicalismo. E o pior: a fome seguinte chega a ser duas vezes maior e a perda que existe é muito maior para massa magra do que gordura”.

 

Outro alerta de Wal Paes é que grupos específicos como adolescentes, gestantes, mulheres em estado de amamentação, pessoas com tendência à anorexia nervosa, bulimia e diabéticos não devem em hipótese alguma aderir. “Abrir mão de proteínas, gordura, carboidratos, eletrólitos, vitaminas e minerais, incluindo ingestão de muita água, pode gerar complicações não apenas hoje, mas futuramente, pois força fora do normal a tireoide, respectivamente, o controle hormonal, o cérebro e uma resistência maior da flora intestinal na quebra de alimentos e, claro, fragilidade do sistema imunológico”, finaliza.



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