Pelo fim da crueldade The Body Shop quer banir testes de cosméticos em animais A marca lançou a campanha Contra Testes em Animais para arrecadar cerca de 8 milhões de assinaturas para promover um abaixo assinado global

Por: Aline Ramos

Publicado em: 20/06/2017 07:00 Atualizado em: 20/06/2017 11:07

Maju Trindade, Paola Antonini e Ana Lídia Lopes são as novas embaixadoras digitais da marca. 
Foto: The BodyShop/Divulgação
Maju Trindade, Paola Antonini e Ana Lídia Lopes são as novas embaixadoras digitais da marca. Foto: The BodyShop/Divulgação

São Paulo –  Todos os dias, em laboratórios espalhados por todo o mundo, animais são submetidos a uma série de procedimentos para testar cremes para pele, tinturas de cabelo, batons, entre outros produtos cosméticos. Um levantamento divulgado em 2015 pela entidade Pessoas Pelo Tratamento Ético dos Animais (PETA), dava conta de que apenas nove de 63 grandes empresas de cosméticos não faziam testes em bichos e grandes marcas internacionais fazem parte dessa lista. Visando banir esses atos, a The Body Shop lançou a campanha Contra Testes em Animais, em parceria com o Cruelty Free International, que consiste em um abaixo assinado global com o objetivo de eliminar, até 2020, esses tipos de testes com finalidade cosmética em produtos e ingredientes em todo o mundo.

A apresentadora e modelo Fernanda Lima é a nova representante da The Body Shop no Brasil.
Foto: The BodyShop/Divulgação
A apresentadora e modelo Fernanda Lima é a nova representante da The Body Shop no Brasil. Foto: The BodyShop/Divulgação
Para ajudar na divulgação desta causa, a marca inglesa conta com uma nova embaixadora aqui no Brasil, a modelo e apresentadora Fernanda Lima. “Nós temos o imenso prazer de contar com mulheres inspiradoras para engajar todo mundo nessa luta. Uma delas é a Fernanda, que assim como a The Body Shop, tem a consciência, que não é necessário fazer testes em bichos para obtermos cosméticos de boa qualidade. Fomos a primeira marca global de beleza a levantar essa bandeira. Ao longo das três últimas décadas, trabalhamos em conjunto com o nosso parceiro Cruelty Free e juntamos esforços que ajudaram a banir testes em animais na União Europeia em 2013. Mas isso não é suficiente. Os animais continuam sendo mortos em prol da beleza, e queremos acabar com essa crueldade no mundo todo”, afirma a gerente de marketing da marca, Débora Gentil.

“Quando tomamos conhecimento de como são feitos os produtos que consumimos, a gente cria uma nova consciência. E quantos bichos são sacrificados para serem produzidos produtos de beleza. Temos que entender e buscar alternativas para amenizar os danos que estamos provocando. Precisamos da pressão popular para que essa história ocupe um espaço maior no mundo. Hoje, a Europa já baniu os testes em animais e a gente espera que isso tome conta do planeta”, Fernanda Lima.

Desde sua fundação, em 1976, a The Body Shop, que está presente em mais de 60 países e conta com mais de 3 mil lojas, dessas 115 estão no Brasil, se inspira na natureza para produzir cosméticos 100% veganos e não testados em bichos. Com produtos para o corpo, rosto e fragrâncias, a marca investe em pesquisas para buscar ingredientes naturais exclusivos. “Nossa meta é arrecadar cerca de 8 milhões de assinaturas para apresentar a proposta na Organização das Nações Unidas (ONU), para termos a possibilidade de promover uma convenção internacional para conseguirmos estimular e influenciar todos os países a ter uma lei que não permita esses tipos de testes”, explica Débora.

Para propagar ainda mais esta iniciativa, a marca convidou Maju Trindade, Paola Antonini e Ana Lídia Lopes para serem suas embaixadoras digitais. Além da campanha Contra Teste em Animais, Fernanda e as digital influencers estarão envolvidas nos principais lançamentos da The Body Shop no Brasil. Para assinar ao abaixo assinado acesse o site: www.thebodyshop.com.br.

*A repórter viajou a convite da The Body Shop

>>Entendendo as leis
Regulamentação brasileira
A legislação que regula a produção de cosméticos, aprovada em 2014 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), estabelece às empresas restrições quanto ao uso de animais em testes de seus produtos.

Ainda como cobaias
A lei só permite o uso de cobaias em casos específicos, como para avaliar irritação e corrosão da pele, irritação ocular e toxicidade aguda. Esses procedimentos já eram reconhecidos pelo Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (CONCEA), desde setembro do ano passado, mas com a regulamentação da Anvisa, as empresas terão até setembro de 2019 para abolir totalmente o uso de cobaias.

Para conferir a lista de empresas de cosméticos no Brasil que fazem testes em animais: www.pea.org.br.

>>Lançamentos
Durante o evento de divulgação da campanha Contra Teste em Animais realizado na Casa da Maníoca em São Paulo, a The Body Shop aproveitou para apresentar as novas linhas de Frambroesa e Pessêgo, com produtos de tratamento e cuidados corporais, que já estão disponíveis nas lojas do Brasil em edições limitadas.


>>Trajetória de luta da The Body Shop

1989 – Neste ano, a The Body Shop iniciou campanhas para eliminar testes de cosméticos em animais e foi a primeira empresa internacional de cosméticos a aderir esse conceito.

1998 – O governo do Reino Unido proibiu teste de produtos e ingredientes em animais para finalidade cosméticas.

2003 – Iniciativas da The Body Shop e da British Union for the Abolition of Vivisection (BUAV) –  atualmente chamada Cruelty Free International – contribuíram para que a União Europeia banisse o uso de animais em testes de produtos para finalidade cosmética.

2009 – A União Europeia fez vigorar a proibição de teste de ingredientes cosméticos em animais.

2013 – A venda e importação de produtos e ingredientes testados em animais foi vetada, complementando a proibição da UE.  Nesta época, a campanha da The Body Shop com a Cruelty Free International arrecadou 1 milhão de assinaturas. Desde então, a Coreia do Sul, Nova Zelândia e Índia passaram a ter uma série de proibições. A Austrália programou efetivar uma proibição em julho deste ano e Taiwan em 2019. A Cruelty Free International treinou cientistas no Vietnã e estão discutindo atualmente com o governo da Tailândia e outros governos sobre a possibilidade de proibir na ASEAN.

 



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