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Notícia de Gastronomia
Reality show Vencedora do Masterchef Brasil lança livro no Recife e conversa com o Gastrô Em entrevista exclusiva, a chef Elisa Fernandes contou sobre a experiência e revelou dicas para os curiosos na cozinha

Por: Mirella Monteiro - Diarios Associados

Publicado em: 21/05/2015 20:14 Atualizado em: 21/05/2015 23:58

Foto: Band/Divulgação
Foto: Band/Divulgação
Na mesma semana que a segunda temporada do Masterchef Brasil estreou na Band, a vencedora do primeiro ano do reality show gastronômico, Elisa Fernandes, veio ao Recife para uma noite de autógrafos no lançamento de seu livro Marterchef Brasil – as receitas de Elisa Fernandes. O Gastrô entrevistou a chef paulista para saber sobre a experiência de levar o prêmio mais cobiçado da gastronomia nacional. Também tem dicas para os amantes de culinária e curiosos na cozinha.



ENTREVISTA // ELISA FERNANDES

Elisa, como foi a experiência de ter participado da primeira edição do programa?

Foi transformador. De fato, uma experiência que eu nunca imaginei que fosse acontecer na minha vida. Foi cheio de emoções. É até difícil colocar em palavras... Uma experiência e tanto. Foi muito legal! O ganhador do segundo Masterchef Brasil (que estreou na Band na última terça-feira) vai saber o que estou sentindo.

Quando você entrou no programa, passava pela sua cabeça sair vencedora?
Não. Eu entrei mais pela farra! Eu queria ganhar experiência e aproveitar tudo o que era proposto ali dentro. Sabia que isso podia me ajudar na carreira. A ambição só começou a acontecer quando o programa foi tomando mais força. Já me sentia vencedora só de participar. Conforme foi passando, eu fiquei com muita vontade de ganhar e lutei para isso.

As receitas que estão no livro foram criadas exclusivamente para o programa?
Não. O livro está bem variado. Tem receitas do programa, receitas que eu gosto, receitas que eu faço e que têm a ver com a minha identidade e até receitas de outras pessoas. Umas porque me ensinaram, eu curti e aderi, outras porque eu queria homenagear os autores. Na verdade, tem umas 10 receitas que não são minhas. Uma das mais esperadas deve ser a de Helena, que foi segundo lugar no Masterchef e minha melhor amiga na competição.

O reality é para amadores. Você fez um livro com 50 receitas mesmo sem ser formada em gastronomia. Quando pretende fazer o curso?
Depois que eu voltar de Paris. Estou indo fazer um curso mais aprofundado que faz parte do prêmio do programa, na Le Cordon Bleu, a mais renomada escola de gastronomia do mundo.

Crucial na grande final do reality, pai de Elisa foi homenageado pela filha com uma receita no livro
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Você sempre pensou em seguir essa área?
Não. Eu sou formada em filosofia - nada a ver com gastronomia - , mas hoje pretendo ir em busca de culinária mesmo. Não quero seguir a área de filosofia. Agora só penso em gastronomia.

Mas as duas "paixões" se interligaram de alguma forma?
Sim. Quando eu era um pouco mais nova ensinei em uma escola para crianças e acabei tendo que cozinhar. Eu me formei em 2012 e trabalhei na escola até 2013. Lá, eu cozinhava também na mesma época que comecei a fazer eventos como produtora, na cidade de Ribeirão (SP), onde eu morava. Foi quando decidi juntar minha experiência na cozinha com o meu desejo de investir nessa área.

Quais as dicas para os curiosos na cozinha e amadores, assim como você antes do programa?
Acho que o primeiro passo é cozinhar o que você gosta de comer, qualquer prato que seja. Pode ser que pratos bem elaborados sejam mais gostosos do que pratos mais simples, mas não é bem por aí… Acredito que se a pessoa gostar do que for simples e tentar caprichar na preparação já é um grande avanço. Depois, é importante buscar mais inspirações, ler livros, procurar quem sabe cozinhar bem, buscar receitas na internet e colocar a mão na massa mesmo. Os ingredientes também são importantes. Tentar comprar ingredientes que nunca usou, tentar entendê-los. Não tem outro jeito, tem que ter curiosidade. Ah, também tem que comer todo o prato mesmo que não tenha ficado tão bom... (risos)

Quando você tomou gosto de verdade pela gastronomia?
Eu nunca cozinhei. Tudo começou quando eu entrei na faculdade e precisei morar em outra cidade. Comecei a morar sozinha e, então, tive a minha própria cozinha. Foi aí que comecei a investir bem mais em culinária e experimentar tudo o que estava ao meu alcance. E eu sempre fui acostumada a comer bem porque meu pai cozinha muito bem e as ajudantes que trabalharam na minha casa também faziam pratos maravilhosas. Então, tinha que manter a tradição de comer bem. Tive sorte nas experimentações. Foi, de fato, uma coisa muito natural.

Em seu livro, você conta que recebeu inspirações de chefs internacionais. Quem são eles?
Ah, eu gosto bastante da Nigella Lawson, que é uma chef britânica que faz uma comida bem confortável, variada e caseira. Não é tradicional, mas é uma comida que até sua avó é capaz de reconhecer. E também me inspiro em Sarah Britton, que faz uma comida bem “natureba”. Essas são duas grandes inspirações.

E os chefs nacionais? Quais são os seus preferidos?
Alberto Landgraf é incrível. Ele me deu uma superchance de estagiar com ele. Inclusive, no livro fiz questão de colocar uma das receitas que ele me ensinou, que é o Picles de cebola. Ele tem um estilo bem diferente do meu, mas faz tudo com muito capricho e isso me marcou bastante.

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Qual é o seu estilo? Vai além das comidas saudáveis?
Gosto bastante de comida saudável. É difícil eu colocar um rótulo. Na verdade, eu gosto dessa comida caseira confortável. Não gosto de nada muito chique ou muito difícil de entender. De fato, uma comida mais amadora.  Até acho legal incorporar coisas diferentes. Por exemplo, picles está super em alta nos restaurantes. Tem com morango, com nabo, de vários tipos. E acho legal colocar esses elementos novos e seguir as tendências.

De volta ao livro… Ele é divido em cinco níveis de dificuldades, que são ajudante, cozinheiro, subchef, chef e masterchef. Para quem se destina cada “bloco” de receitas?
Primeiramente, o livro não é só para quem quer aprender a cozinhar. Nele, conto os bastidores do programa e tudo o que rolou durante esse tempo. Tem receitas muito fáceis. Tem modo de preparo que é só colocar tudo no liquidificador, outra que é só misturar todos os ingredientes na mesma panela. Tem desde o nível básico, exatamente para ninguém ficar perdido e todo mundo se arriscar.

Quais as receitas mais difíceis?

Tem duas. Uma torta que você tem que assar com outras coisas em cima para não deformar. Ela não pode passar do ponto. Um pouquinho mais quente ou um pouquinho mais fria ela pode rachar. É só um pouquinho mais chata de fazer. A outra é a codorna, que é recheada. A codorna é um bichinho pequeno, então tem todo um processo para fazer o recheio, tirar o osso e etc…

O livro foi um dos prêmio do Masterchef. Você não teve tanto tempo para pensar nele, mas gostou do resultado? Saiu como você queria?

Eu ganhei o livro, então, mesmo que eu não quisesse fazer, eu tinha que fazer (risos). Então, eu me arrependo só de não ter pensado mais nele. Eu só tive um mês, foi pouco tempo. Mas foi feito com o coração. Acho que tem bastante da minha identidade. O pessoal da agência também fez um trabalho muito bom. Estou satisfeita..

Elisa, a partir de agora, o que espera para o futuro?

Eu vou lançar um site para que as pessoas possam me acompanhar durante o tempo que eu vou passar estudando na Le Cordon Bleu, em Paris. Vou contar tudo o que passar lá, inclusive receitas. Vai ser uma espécie de diário. Aí quando eu voltar, pretendo publicar um livro sobre essa viagem. E aí gostaria de continuar fazendo eventos e campanhas publicitárias para ganhar mais maturidade e mais para frente abrir um restaurante.


SERVIÇO
Marterchef Brasil – as receitas de Elisa Fernandes
Editora Planeta
R$ 39,90



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