![Carlos Lupi confirmou que já tinha conhecimento do esquema de fraude (Antonio Cruz/Agência Brasil) Carlos Lupi confirmou que já tinha conhecimento do esquema de fraude (Antonio Cruz/Agência Brasil)]() |
Carlos Lupi confirmou que já tinha conhecimento do esquema de fraude (Antonio Cruz/Agência Brasil) |
Matéria divulgada na noite deste sábado (26), no Jornal Nacional, mostrou que o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT), tomou conhecimento sobre a existência de fraudes relacionadas a descontos nos benefícios pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Socialainda (INSS) em junho de 2023, mas somente, em março de 2024, que algumas medidas foram tomadas para impedir a atuação desse esquema. Esta semana, o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi demitido do cargo após ser alvo de uma operação da Polícia Federal em parceria com a Controladoria Geral da União (CGU) contra essas fraudes.
Segundo a reportagem, o assunto foi levado ao Conselho Nacional da Previdência, presidido por Lupi, na reunião de junho de 2023 por uma conselheira que pediu que a situação foi discutida de forma extrapauta, o que acabou não acontecendo. Além do ministro, o Conselho é formado por representantes de associações de aposentados, sindicatos e entidades patronais. A conselheira Tonia Galleti chegou a solicitar que fosse feito um levantamento sobre todos os acordos técnicos que o INSS mantinha com as entidades responsáveis por realizar esse tipo de desconto e foi prometido por Lupi que isso seria feito e levado para a reunião seguinte. Mas, novamente, o tema ficou de fora do encontro.
Em resposta ao Jornal Nacional, o ministro confirmou que teve conhecimento da situação em junho de 2023 e que, "a partir daí, o INSS começou a rever normas e a formular propostas de alterações nos sistemas da Previdência". E reforçou que em março do ano passado foi aprovada uma instrução normativa com as novas regras para os descontos. No entanto, nesse período em que nada acontecia, o volume de descontos irregulares chegou a quase R$ 250 milhões por mês. Os acordos com as 11 entidades, que também foram alvo da PF esta semana, só foram efetivamente cancelados, assim como de todas as outras conveniadas, na semana passada. A estimativa é que o desvio tenha resultado em um prejuízo de mais de R$ 6 bilhões e lesado milhares de beneficiários.