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IPCA recua para 0,16% em janeiro no Brasil, mas preço dos alimentos continua alto

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o índice geral no país foi o menor para janeiro desde 1994

Publicado em: 11/02/2025 21:11

 (Foto: Joédson Alves/Agência Brasil)
Foto: Joédson Alves/Agência Brasil
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador que mede a inflação oficial do país, recuou para 0,16% em janeiro no Brasil. O índice ficou 0,36 ponto percentual (p.p) abaixo do índice de dezembro do ano passado (0,52%). De acordo com o economista e planejador financeiro, Danilo Miranda, a queda é um fator positivo para a economia nacional, mas foi causada por uma situação específica, a queda de 14,21% na energia elétrica residencial, que ocorreu por causa do bônus de Itaipu.

No entanto, Danilo Miranda destaca que o preço do núcleo de alimentos e transportes continuam subindo, mesmo apresentando uma desaceleração em relação a dezembro de 2024. “Isso ainda é algo preocupante, mas com a inflação mais baixa, é possível que a pressão de juros futuros de juros caia, pois isso dá subsídio para que se analise uma política monetária menos contracionista. Algo que pode influenciar na redução da inflação sobre os alimentos e de outros componentes”, aponta. Porém, ele afirma que ainda é cedo para projetar um cenário positivo para os próximos meses. 

Segundo dados do IBGE, os preços do grupo Transportes subiram 1,30% e tiveram um impacto de 0,27 p.p. sobre o IPCA de janeiro, por influência das altas nas passagens aéreas (10,42%) e ônibus urbano (3,84%). Já o grupo Alimentação e bebidas teve alta de 0,96%, o quinto aumento consecutivo e contribuiu com 0,21 p.p. para o índice do mês.

IMPACTO DO DÓLAR 

O economista detalha ainda que a alta no preço dos alimentos é também influenciada pelo preço do dólar e pelo efeito direto e indireto na alta dos combustíveis que influenciam na alta dos transportes e, consequentemente, afetam no preço dos alimentos. 

“O fato do dólar estar recuando agora recentemente, não significa que vai refletir tão rápido na queda da inflação. Essa situação já vem como consequência do acúmulo de pressão inflacionária pelo dólar de alguns meses atrás”, explica. Danilo Miranda ressalta que o Brasil é um produtor forte de alimentos como soja, carne e café, alimentos que são commodities com cotação internacional e sofrem influência de acordo com o dólar. 


CAFÉ

No primeiro mês do ano, um dos principais itens do grupo de alimentação no domicílio, que subiu 1,07%, foi o café moído, que apresentou alta de 8,56% no Brasil. 

Danilo Miranda explica que o produto é um item que vem sofrendo um descasamento entre oferta e demanda. “Os produtores de café não estão acompanhando a escalada do consumo. Outro fator que impacta nessa oferta é que o ciclo de produção de café é mais longo, algo que dificulta ainda mais a estabilização da safra do produto. O Brasil e o Vietnã são os maiores produtores de café do mundo, mas nós passamos recentemente por pouca chuva e pela questão da safra. O dólar também é outra questão que afeta o preço do café, porque ele é commodity internacional”, ressalta. 

GRANDE RECIFE

O IPCA no Grande Recife segue semelhante ao cenário nacional. De acordo com o IBGE, o indicador em janeiro recuou para 0,12% em relação a dezembro de 2024, quando foi registrada uma alta de 0,34%. 

Essa é a menor variação mensal desde agosto de 2024 e abaixo do verificado no mesmo mês do ano passado (0,63%). Com isso, o acumulado em 12 meses o IPCA recuou para 3,83%, contra 4,46% em dezembro de 2024. 

ALIMENTOS 

No período, os preços dos alimentos que mais aumentaram no mês em relação a dezembro do ano passado na Região Metropolitana do Recife foram os itens cebola (37,03%), cenoura (36,05%) e tomate (29,61%). 

Já as maiores quedas foram registradas no preço da batata-inglesa (-16,34%), da energia elétrica residencial (-14,15%) e da laranja-pera (-6,44%).

OUTROS ESTADOS

No que diz respeito à variação mensal, nas demais 16 regiões pesquisadas, o Grande Recife teve a 8ª maior alta de preços em janeiro. O maior crescimento da inflação medida pelo IPCA foi verificado em Aracaju, em Sergipe e a menor no Rio Branco, no Acre. 

Tags: brasil | recife | grande | ipca |

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