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Indústrias

Fiepe projeta criar fórum permanente para discutir infraestrutura pernambucana em 2025

O presidente da Fiepe, Bruno Veloso, destaca desafios enfrentados pelas indústrias pernambucanas durante 2024 e oportunidades que devem impactar no próximo ano

Publicado em: 25/12/2024 06:00 | Atualizado em: 20/12/2024 11:23

 (Foto: Ruan Pablo/DP Foto)
Foto: Ruan Pablo/DP Foto
Ao longo de 2024, diversos aspectos econômicos impactaram nas indústrias pernambucanas. Entre os principais destaques que afetam a produção industrial, tanto no Nordeste, quanto no estado e também a nível nacional, estão a infraestrutura e as condições logísticas que atrapalham na competitividade e no desenvolvimento das empresas do setor.

Em entrevista ao Diario de Pernambuco, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), Bruno Veloso, aponta o balanço das ações da Fiepe durante o ano e aponta que está no planejamento da Federação a criação de um fórum permanente para ampliar o debate sobre infraestrutura no estado em 2025. Ele destaca ainda o trabalho conjunto entre governo, setor privado e sociedade para fortalecer a recuperação econômica e gerar mais empregos no estado.

“Esse ano foi bom não só para indústria, mas também para economia porque ela crescer 3,5% esse ano e ela vai ser puxada, principalmente pela indústria que deve crescer 4%. Esses são os números do Brasil que são muito semelhantes ao de Pernambuco”, disse.  

Entre as conquistas alcançadas pela indústria pernambucana, Bruno Veloso menciona a chegada do gás no sertão. “É algo que está em um processo inicial de implantação, mas que vai continuar. Outra conquista é o projeto que prevê a extinção do Fundo de Equilíbrio Fiscal (FEEF). Nós tínhamos uma tributação equivalente a R$ 800 milhões por ano para as indústrias e isso vai ser extinto nos próximos quatro anos”, explica. 

OBRAS DE INFRAESTRUTURA

Alguns projetos estruturadores do estado, que estão sendo e que serão implantados, que fazem parte da luta que nós estamos enfrentando são as obras do Arco Metropolitano e a Transnordestina. Até mesmo a duplicação da BR-232 e o abastecimento de água no Agreste. 

Nós estamos aguardando, nos próximos dias, o edital de licitação do Arco Metropolitano, no Setor Sul. São dois setores, o Setor Norte e o Setor Sul. O Setor Norte estava com alguns problemas ambientais e que atrapalhavam a execução do projeto e uma vez que isso já foi vencido através do Tribunal de Justiça do Estado, ele já desembaraçou esse problema, então a gente vai poder trabalhar agora com o projeto do Arco Metropolitano. São algumas obras que a Federação das Indústrias têm defendido para melhoria do ambiente de negócios e essas obras que nós estamos sempre discutindo elas estão tendo uma repercussão dentro dos Pernambucanos e isso está sendo também uma prioridade para todos e a gente acredita que nós tenhamos investimentos maiores a partir de 2025.

TRANSNORDESTINA

A obra da Transnordestina vai ser reiniciada agora em 2025, porém será retomada em um ritmo muito lento, que a gente não é aquele ritmo que nós gostaríamos. Vai ser preciso que a própria Federação faça uma grande mobilização para que ela consiga avançar com mais velocidade. Então é projeto nosso que em 2025, a Fiepe tenha um fórum permanente de discussão a respeito de infraestrutura em Pernambuco. A expectativa é que a Federação consiga puxar para dentro desse fórum não só as classes empresariais, a classe política, a Sudene, o CREA e a TGI. Então nós vamos colocar todas essas entidades de classe empresariais para juntar forças e alavancar a nossa economia.


INVESTIMENTOS FEDERAIS


A preocupação que eu tenho que eu sempre coloco é que parte desse crescimento vem de investimentos públicos e que o governo federal está com um desequilíbrio das contas públicas e esse desequilíbrio das contas de pouca tem causado inflação.Tanto é que a nossa inflação está acima do teto da meta. Então, é preciso que o governo federal mantenha o controle inflacionário, porque senão todos esses avanços econômicos nós estamos tendo esse ano e que é uma tendência, desde o ano passado, a gente pode perder esse avanço se a inflação retomar e o principal motivo hoje dessa inflação estar fora da meta é justamente o desequilíbrio fiscal.


DESEQUILÍBRIO DAS CONTAS PÚBLICAS E ALTA DA INFLAÇÃO

O Governo Federal está com um desequilíbrio das contas públicas e esse desequilíbrio das contas de pouca tem causado inflação.Tanto é que a nossa inflação está acima do teto da Meta. É preciso que o governo mantenha o controle inflacionário, porque senão todos esses avanços econômicos que nós alcançamos esse ano, e que é uma tendência desde o ano passado, a gente pode perder se a inflação retomar. Então o principal motivo hoje dessa inflação estar fora da meta, é justamente o desequilíbrio fiscal.

CONQUISTAS EM 2024

Eu diria que uma das prioridades nossas como Federação, que sempre foi a melhoria do ambiente de negócios favorecendo os investimentos aqui e a implantação das empresas aqui no aqui no Recife, em Pernambuco. Nós tivemos realmente em 2024 alguns avanços, por exemplo a chegada do gás no sertão do Araripe, que agora está em um processo inicial de implantação, mas é um investimento que vai continuar nos próximos anos. Nós também tivemos um grande avanço esse ano, que foi o projeto que prevê a redução e a eliminação do Fundo de Equilíbrio Fiscal (FEEF). 

O FEEF gerava uma tributação equivalente a R$ 800 milhões por ano e isso vai ser extinto nos próximos quatro anos. Esse tributo vinha como forma de devolução dos incentivos fiscais que as empresas tinham. As empresas estavam devolvendo 10% dos seus sentidos fiscais ao governo do estado e isso representava uma tributação muito pesada para a indústria. A lei já foi assinada e prevê que a partir de 2025 já se tenha uma redução. Em 2025, a alíquota vai passar para 8%; em 2026 será de 6% e 4% em 2027. Até chegar a 2% em 2028 e aí ficará extinta. Essa foi uma articulação que a Federação junto com o Governo do estado e Assembleia Legislativa que fez com que essa lei fosse estabelecida. 

BRASIL MAIS PRODUTIVO

O ministro do  Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, tem feito um grande aceno para a indústria no momento em que lançou o projeto do Brasil Mais Produtivo. É uma iniciativa bem interessante que não só busca modernização da indústria, como também apoia micro e pequenas empresas. Além de financiamento do setor industrial, coisas que não existiam antes.

ACORDO ENTRE O MERCOSUL E A UNIÃO EUROPEIA 

Eu vejo muito positivo porque a gente abre um mercado para que possamos exportar o nosso produto. O Brasil é um país que exporta pouco e precisa melhorar sua exportação, então esse livre comércio cria muitas oportunidades de negócios no país e isso movimenta a economia. Isso vai ser um benefício para todos, inclusive para Pernambuco que é um grande exportador de frutas e um grande exportador de proteína animal e nós temos grande potencialidades também, através do gesso. 

ALTA DO DÓLAR 

A alta do dólar é muito prejudicial à economia, porque mesmo aquelas empresas que não fazem negócios no exterior, mas compram matéria-prima e são importadoras, elas têm o seu custo elevado na hora que o dólar sobe. Então ela passa a adquirir uma matéria-prima mais cara e tem que passar para os seus produtos. Na realidade nós estamos gerando inflação e existem muitos produtos que são taxados mundialmente, tipo combustível. O Combustível, ele tem uma regra muito parecida o aço porque são produtos que são muito importados e todos esses produtos, eles são dolarizados. A inflação traz muitos malefícios para os salários e a capacidade de consumo da população. 

CAPACITAÇÃO DA INDÚSTRIA NAVAL

O SENAI-PE não só treinou os funcionários para trabalhar no estaleiro, naquela época, como está preparado para retomar todos esses treinamentos. O SENAI foi também responsável pelo treinamento da fábrica da Stellantis e esteve presente na Refinaria Abreu e Lima. Ou seja, o SENAI é uma grande força nossa de treinamentos no estado e nós temos 70 mil matrículas anuais para cursos profissionalizantes. Estamos preparados para levar qualquer treinamento que a economia Pernambucana venha a necessitar.

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