Economia
Consórcios imobiliários são alternativa para juros altos
Por: Tatiana Notaro
Publicado em: 24/12/2024 06:00 | Atualizado em: 20/12/2024 11:10
Advogado de negócios imobiliários, Amadeu Mendonça (Foto: Gerinaldo Neto) |
O consórcio é popularizado no Brasil especialmente para aquisição de veículos e, em tempos de juros em alta e com tendência de seguir crescendo, é também uma alternativa cada vez mais procurada para compra de imóveis. Atento à taxa de administração, o consumidor pode driblar tanto a escalada de juros quanto a demora para financiamento via Caixa Econômica, por exemplo, e fazer um bom negócio.
Advogado de negócios imobiliários, Amadeu Mendonça explica que para optar pelo consórcio para viabilizar a casa própria é básico analisar a taxa da administradora. “São juros simples. Fazendo esse cálculo, uma carta entre 14% e 15% de taxa é vantajosa, uma vez que no financiamento os juros são compostos”, exemplifica. Nesse cenário, Mendonça vê crescimento na demanda pela modalidade: na sua carteira de clientes, entre 20% e 25% já opta pelo consórcio.
É válido ressaltar que a retirada de dinheiro da poupança cria entraves para a concessão de financiamentos via Caixa Econômica. O próprio banco tratou do assunto em novembro deste ano quando havia R$ 20 bilhões pré-aprovados para financiar a casa própria com recursos da poupança, mas o total disponível para distribuição chegava a R$ 3 bilhões. Resultado: a instituição prorrogou os prazos de validade desses contratos para fevereiro e março de 2025.
Ou seja, para quem não tem pressa, o consórcio pode ser mesmo viável na condição de haver taxa de administração menor que o de financiamento. Segundo Mendonça, ao contrário do consórcio de veículos, o imobiliário tem demanda nas classes de renda mais alta. “Isso se dá porque para imóveis de até R$ 350 mil, o Minha Casa, Minha Vida (programa do governo federal) é mais vantajoso. Então, as classes A e B buscam mais, muitas vezes com mais de uma carta de crédito na mão para alcançar imóveis mais caros”.
Os valores das cartas de crédito variam entre valor de R$ 50 mil a R$ 1,5 milhão. Hoje, os consórcios imobiliários estão em oferta em instituições bancárias e em seguradoras e empresas do setor de construção civil.
MODALIDADE
Para se beneficiar o consórcio, relembra o advogado, o consumidor precisa ser sorteado ou dar um lance entre os dois ou três mais altos para ser contemplado com a carta de crédito. outro ponto importante é checar com cuidado a idoneidade da administradora, se tem autorização do Banco Central para operar a modalidade.
“Consultar a reputação da administradora junto ao Procon ou no Consumidor.gov é essencial. Outro cuidado é contar com apoio jurídico para analisar bem o contrato com o cuidado antes de assinar, além de analisar se o pagamento e a correção monetária previstos cabem no bolso”, ensina.
Fique atento aos pontos de desvantagem dessa modalidade como, por exemplo, a imprevisibilidade de prazo para contemplação, uma vez que a concessão da carta de crédito depende de sorteios ou da capacidade de dar lances elevados. Outra fragilidade é que o atraso de pagamentos pode prejudicar a saúde financeira do grupo.
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