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Economia
PRIVATIZAÇÃO

Guedes: 'O Brasil é a maior fronteira de investimentos aberta hoje'

Publicado: 14/06/2022 às 13:25

/crédito: Ed Alves/CB

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O ministro da Economia, Paulo Guedes, vê o Brasil como a “maior fronteira de investimentos aberta” no atual momento de turbulências externas, capaz de atrair o capital estrangeiro pela posição estratégica para a transição energética e a segurança alimentar e garantir o país na trajetória do “caminho da prosperidade”. Em evento para investidores, ele ainda admitiu que as privatizações não ocorreram de forma acelerada por “falta de apoio”.

“O Brasil é a maior fronteira de investimento aberta no momento em que o mundo está em turbulência”, disse Guedes, nesta terça-feira (14), no primeiro dia da 5ª edição do Fórum de Investimentos Brasil 2022 (BIF, na sigla em inglês), em São Paulo, em referência ao cenário de escalada da inflação global em meio à guerra da Ucrânia e o fim da arbitragem da mão de obra global prevista pelo ex-presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) Alan Greenspan, antes mesmo da pandemia da Covid-19 e do conflito no Leste Europeu. SEgundo ele, o quadro não é nada animador para as economias desenvolvidas, “que deverão voltar a ter inflação e juros de dois dígitos”.

“Começa a haver um reposicionamento e o Brasil virou agora um porto seguro para os investimentos, primeiro, porque é perto da Europa e dos Estados Unidos. Não adianta ter a produção de manufaturados em Taiwan e ter um grande forncedor de energia próximo da Europa, como a Rússia. Tem que ser uma democracia amigável. E o Brasil é a próxima frontira de investimento que satisfaz esses dois critérios”, afirmou.
 
Economia de mercado
 
Na avaliação do ministro, o atual governo fez o diagnóstico de que o Brasil gastava muito e mal e, agora, está em plena transição de uma economia “dirigista intervencionista e estatizada” para uma economia de mercado. Na abertura do evento, ao comentar sobre a aprovação do projeto de lei complementar que impõe um teto de 17% do Imposto sobre Ciruculação de Mercadorias e Serviços (ICMS), o ministro defendeu a medida afirmando que, aliada à redução dos impostos federais, deverá garantir “uma margem de folga para dar uma gordura para os aumentos de preços (dos combustíveis)”. Ele ainda descartou a ideia de congelamento de preços, afirmando que é o “fantasma de tolices feitas no passado”.

O ministro reforçou a defesa das privatizações de estatais, mas admitiu que não conseguiu avançar no ritmo esperado no atual governo, a fim de atacar diretamente o probelma do excesso de endividamento. “Não tivemos apoio para uma desestatização acelerarada”, lamentou. “Até o meu secretário de desestatização (Salim Mattar), deixou o governo, porque não conseguia vender (as estatais)”, afirmou. A saída, lembrou o ministro, foi a venda de R$ 250 bilhões de subsidiárias e participações da União em empresas públicas e privadas.

Vale lembrar que, quando assumiu o governo, Guedes prometeu arrecadar R$ 1 trilhão com privatizações, mas a única grande desestatização em curso é a da Eletrobras, que tem o processo de capitalização concluído nesta semana.
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