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Economia
PNAD CONTÍNUA

Com desocupação recorde, Pernambuco ocupa o primeiro lugar no ranking do desemprego

Publicado: 27/05/2021 às 12:11

Em comparação com o último trimestre de 2020, o número de pernambucanos desempregados aumentou em 15,8%, saindo de 749 mil para 868 mil/Paulo Paiva/DP FOTO

Em comparação com o último trimestre de 2020, o número de pernambucanos desempregados aumentou em 15,8%, saindo de 749 mil para 868 mil/Paulo Paiva/DP FOTO

Um em cada cinco pernambucanos em idade de trabalhar está desocupado. O dado revelado nesta quinta-feira (27) pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) Trimestral, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta que o estado atingiu sua maior taxa de desocupação desde 2012, ano em que a pesquisa começou a ser realizada. O índice de 21,3% coloca Pernambuco em primeiro lugar no ranking do desemprego do país, empatado com a Bahia, que registrou o mesmo percentual durante o primeiro trimestre de 2021. 

O resultado pernambucano é superior à média nacional e a da Região Nordeste, que ficou em 14,7% e 18,6%, respectivamente. Em comparação com o último trimestre de 2020, o número de pernambucanos desempregados aumentou em 15,8%, saindo de 749 mil para 868 mil. Se compararmos o primeiro trimestre do ano passado com o mesmo período deste ano, é possível observar uma alta considerável no número de pessoas desocupadas. No acumulado entre janeiro, fevereiro e março de 2020, 593 mil pessoas procuraram trabalho e não encontraram, número que aumentou 46,4% nos três primeiros meses de 2021. 

A deterioração do mercado de trabalho no trabalho é considerada um efeito da pandemia da Covid-19. O aumento das restrições nos primeiros meses do ano foi um dos fatores que contribuiu para o resultado. “Durante o mês de fevereiro, especialmente na área do Agreste, tivemos o aumento das medidas restritivas. Em março, a situação se generalizou para todo o estado. Isso acontece em um momento que as atividades ainda estavam tentando se recuperar dos prejuízos do ano passado”, observou a gerente de planejamento e gestão do IBGE em Pernambuco, Fernanda Estelita.

A redução do valor do auxílio emergencial também pressionou o mercado de trabalho. “Este ano ele veio com um valor bem menor do que em 2020 e atendendo apenas uma parte da população que havia sido beneficiada anteriormente. Essas pessoas não conseguiram mais se manter com o auxílio e passaram a buscar trabalho”, completou. 

A consequência do movimento dessa parcela da população foi a redução de 11,8% no número de desalentados, que passou de 368 mil no final de 2020 para 325 mil pessoas no primeiro trimestre de 2021. O IBGE considera como desalentada a pessoa que está fora da força de trabalho e não está procurando emprego.

O nível da ocupação, indicador que mede o percentual da população ocupada em relação às pessoas em idade de trabalhar, também registrou queda em comparação com o primeiro trimestre de 2020, quando 44,4% dos pernambucanos de 14 anos ou mais tinham alguma ocupação. No acumulado de janeiro, fevereiro e março de 2021, o resultado caiu para 41%. Atualmente, o número de pessoas ocupadas no estado é de 3,2 milhões. Desse total, mais da metade está na informalidade, que tem avançado no estado. No último trimestre do ano passado, a taxa foi de 50,4%. Já no início deste ano, o índice ficou em 51,3%. O percentual equivale a 1,64 milhão de pessoas. 
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