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Valor da cesta básica teve aumento de 19,2% em 2020 no Recife

Publicado em: 11/01/2021 15:45 | Atualizado em: 11/01/2021 15:47

A banana foi o item da cesta básica que mais teve diminuição de preço na capital pernambucana, com redução de 16,22%.   (Foto: Pixabay/Reprodução)
A banana foi o item da cesta básica que mais teve diminuição de preço na capital pernambucana, com redução de 16,22%. (Foto: Pixabay/Reprodução)
O valor da cesta básica do Recife teve um aumento de 19,2% em 2020, de acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Em dezembro, a cesta custava R$ 469,39 na capital pernambucana, o que representa um aumento de 1,38% em relação ao preço dos produtos no mês de novembro do ano passado.

O levantamento do Dieese aponta que o Recife tem uma das cestas básicas mais baratas do país. Entre as 17 capitais pesquisadas, o Recife aparece em 15º lugar, com a cesta mais cara apenas do que as comercializadas em Natal (RN), onde custa R$ 458,79, e Aracaju (SE), que tem a cesta básica mais barata do Brasil, por R$ 453,16. São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Porto Alegre (RS) têm as cestas mais caras do país, vendidas por R$ 631,46; R$ 621,09 e R$ 615,66, respectivamente.

No Recife, os produtos com maiores altas de preço médio no mês de dezembro de 2020 em relação a novembro foram arroz agulhinha (3,82%), óleo de soja (3,14%), carne bovina de primeira (3,14%), feijão carioquinha (2,88%), açúcar refinado (2,85%), tomate (2,38%), farinha de mandioca (2,09%), manteiga (0,77%) e pão francês (0,39%). Já os principais produtos com redução de preço médio em relação a novembro foram banana (-7,61%), leite integral (-1,22%) e café (-0,54%).

Ao longo do ano passado, dez dos doze produtos que compõe a cesta básica registraram aumento em seu preço médio: o óleo de soja (127,72%), o arroz agulhinha (85,46%), o feijão (43,96%), a farinha de mandioca (35,91%), o leite (35,65%), o açúcar (30,18%), a carne bovina de primeira (22,95%), o tomate (12,91%), o pão (9,06%) e a manteiga (1,50%). Apresentaram redução a banana (-16,22%) e o café (-3,14%).

O trabalhador recifense com rendimento de um salário mínimo necessitou, em dezembro, cumprir uma jornada de 98 horas e 49 minutos para adquirir os bens alimentícios básicos. O Dieese estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Em dezembro de 2020, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas no Brasil deveria equivaler a R$ 5.304,90, o que corresponde a 5,08 vezes o mínimo vigente, de R$ 1.045,00. O cálculo é feito levando-se em consideração uma família de quatro pessoas, com dois adultos e duas crianças.

O valor médio da cesta básica do Recife em 2020 foi de R$ 444,88 o que correspondeu a um aumento de 16,68% em relação a 2019 (R$ 381,29). A jornada média de um trabalhador remunerado pelo salário mínimo para a aquisição dos produtos foi de 94 horas e 10 minutos, maior que a registrada em 2019, quando ficou em 84 horas e 5 minutos. Já o percentual do salário mínimo líquido empenhado com a compra da cesta básica foi de 46,07%, em 2020, e de 41,53%, em 2019.

"O Recife acompanha uma tendência nacional, mas cada local tem a sua dinâmica de formação de preços. Estamos em período discussão sobre o salário mínimo, então, é fundamental observar essas questões. É importante fazer uma comparação (dos dados) com o salário mínimo para observar a capacidade dele para sustentar uma família no Brasil. O ano de 2021 será difícil para os trabalhadores do país", afirma a técnica do Dieese Jackeline Natal.

Em 2020, houve redução no valor da cesta básica do Recife apenas em três meses. Entre abril e maio; maio e junho e de outubro para novembro, o preço caiu. Nos outros nove meses, porém, o Dieese registrou altas no preço da cesta básica. "Volto a frisar que uma questão essencial é a retomada da valorização do salário mínimo. Com desemprego, informalidade alta e elevação dos custos básicos, o salário precisa acompanhar essas questões", ressaltou Jackeline.  
   
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