Economia

/Foto: Ricardo Almeida / ANPr
Pernambuco foi um dos quatro estados brasileiros que tiveram queda na produção da indústria entre agosto e setembro, com retração de 1,3%. O estado havia retomado os índices pré-pandemia em agosto, mas, com este resultado negativo, o desempenho do setor foi 0,3% inferior ao nível verificado em fevereiro deste ano.
Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF), divulgada nesta terça-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além de Pernambuco, Mato Grosso (-3,7%), Rio de Janeiro (-3,1%) e Pará (-2,8%) tiveram redução nos números da indústria. O levantamento engloba 15 localidades.
Na avaliação do gerente de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Marcelo Freire, a retração é natural, já que o estado estava apresentando níveis altos de aceleração. “Conforme o setor passa a crescer expressivamente, sendo mantidos os fatores de produção fixos; a tendência é que haja uma desaceleração no crescimento mensal. Outro fator que pode explicar a redução é a perda da força do auxílio emergencial no poder de compra da população, atingido a camada da indústria, principalmente a de alimentos”, afirmou.
O economista da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), Cézar Andrade, também afirmou que a queda é vista com naturalidade, após meses de crescimento. "Abril foi um dos piores resultados. Com a flexibilização dos setores da economia, começamos a ver crescimento, influenciado principalmente pelo setor de fabricação de alimentos. Em julho, o crescimento chegou a ser de 17% em relação ao mesmo mês em 2019", pontuou.
Segundo ele, a expectativa para os próximos meses de 2020 é positiva, mas depende dos impactos da pandemia. "O retorno da produção da cana-de-açúcar e a proximidade das festas de fim de ano tendem a movimentar a indústria. No entanto, estamos vendo um aumento nas interações por Covid-19, então, tudo vai depender da crise sanitária. Se houver um novo fechamento, prejudica essas perspectivas", disse.
Variação positiva
Apesar de ter apresentado índices negativos tanto em agosto (-3,6%) quanto em setembro, o estado teve a quinta maior variação positiva entre os locais pesquisados, de 7,5%, na comparação entre setembro de 2020 e o mesmo período do ano passado. A taxa é superior à média nacional, de 3,4%.
Esse dado foi comemorado pelo secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Bruno Schwambach. "Assumimos a missão de não paralisar as atividades industriais, acrescentamos o fortalecimento da cadeia de distribuição, direcionamos parte da atividade para novas demandas e a indústria se organizou, formou estoques e se reprogramou. Tanto que, ainda que seja um ano de pandemia, nossos indicadores estão bem superiores aos registrados pela indústria no ano passado", disse.
Amazonas (14,2%), Ceará (8,5%), Pará (8,1%), Santa Catarina (7,6%), Rio Grande do Sul (5,8%), Goiás (5,3%), São Paulo (4,9%), Minas Gerais (3,3%), Paraná (3,2%), Região Nordeste (3,2%) e Rio de Janeiro (0,8%) completaram o conjunto de locais com crescimento na produção no período. Por outro lado, Espírito Santo (-11,0%) e Mato Grosso (-6,2%) tiveram os recuos mais intensos. Bahia, com redução de 1,9%, também apontou resultado negativo.
No acumulado do ano, houve redução em 12 dos 15 locais pesquisados, mas Pernambuco, com 1,8%, junto com Goiás (2,5%) e Rio de Janeiro (2,2%), foi um dos três locais em alta. Os índices negativos mais acentuados foram verificados no Espírito Santo (-18,0%), Ceará (-11,9%), Amazonas (-10,6%) e Rio Grande do Sul (-10,4%). Santa Catarina (-9,7%) e São Paulo (-9,4%) também registraram redução mais acentuada do que a média nacional, enquanto Paraná (-7,2%), Bahia (-7,0%), Minas Gerais (-6,5%), Região Nordeste (-5,6%), Mato Grosso (-2,9%) e Pará (-0,5%) completaram o conjunto de locais com queda.
O resultado se repetiu no acumulado dos últimos 12 meses: Rio de Janeiro (3,6%), Goiás (3,4%) e Pernambuco (1,2%) apresentaram alta, enquanto as demais localidades pesquisadas tiveram índices negativos. Além de PE, o Pará (de -1,7% para -0,8%), o Ceará (de –9,0% para -8,2%), a Região Nordeste (de -4,4% para -3,8%), o Rio Grande do Sul (de -9,1% para -8,6%) e Minas Gerais (de -7,5% para -7,0%) conseguiram diminuir as perdas acumuladas entre agosto e setembro de 2020.
Produção
Em setembro de 2020, a produção industrial pernambucana viu alguns setores que tinham registrado redução na produção ao longo da pandemia apresentarem tendência de recuperação, mesmo que o índice geral para o mês tenha sido negativo.
Das 12 seções e atividades industriais cobertas pela PIM-PF no estado, duas apresentaram queda no mês de setembro em comparação ao mesmo período no ano anterior: fabricação de outros produtos químicos (-1,2%) e fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores (-22,5%). Esta última também é responsável pelos piores índices no acumulado do ano (-75,3%) e no acumulado dos últimos 12 meses (-78,2%).
Os destaques da indústria pernambucana em setembro com relação ao mesmo período do ano anterior são a fabricação de produtos de borracha e de material plástico, que registrou a maior alta, de 19% e a fabricação de sabões, detergentes, produtos de limpeza, cosméticos, produtos de perfumaria e higiene pessoal, com variação positiva de 16,7%. A fabricação de produtos têxteis, de minerais não-metálicos e de bebidas também aumentaram mais de 10%.
Outro setor importante para a indústria do estado e que teve desempenho positivo é a fabricação de produtos alimentícios, que teve variação percentual de 4,5% no mês e também teve o melhor desempenho tanto no acumulado do ano (14,9%) quanto no acumulado dos últimos 12 meses (13,1%).
Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF), divulgada nesta terça-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além de Pernambuco, Mato Grosso (-3,7%), Rio de Janeiro (-3,1%) e Pará (-2,8%) tiveram redução nos números da indústria. O levantamento engloba 15 localidades.
Na avaliação do gerente de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Marcelo Freire, a retração é natural, já que o estado estava apresentando níveis altos de aceleração. “Conforme o setor passa a crescer expressivamente, sendo mantidos os fatores de produção fixos; a tendência é que haja uma desaceleração no crescimento mensal. Outro fator que pode explicar a redução é a perda da força do auxílio emergencial no poder de compra da população, atingido a camada da indústria, principalmente a de alimentos”, afirmou.
O economista da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), Cézar Andrade, também afirmou que a queda é vista com naturalidade, após meses de crescimento. "Abril foi um dos piores resultados. Com a flexibilização dos setores da economia, começamos a ver crescimento, influenciado principalmente pelo setor de fabricação de alimentos. Em julho, o crescimento chegou a ser de 17% em relação ao mesmo mês em 2019", pontuou.
Segundo ele, a expectativa para os próximos meses de 2020 é positiva, mas depende dos impactos da pandemia. "O retorno da produção da cana-de-açúcar e a proximidade das festas de fim de ano tendem a movimentar a indústria. No entanto, estamos vendo um aumento nas interações por Covid-19, então, tudo vai depender da crise sanitária. Se houver um novo fechamento, prejudica essas perspectivas", disse.
Variação positiva
Apesar de ter apresentado índices negativos tanto em agosto (-3,6%) quanto em setembro, o estado teve a quinta maior variação positiva entre os locais pesquisados, de 7,5%, na comparação entre setembro de 2020 e o mesmo período do ano passado. A taxa é superior à média nacional, de 3,4%.
Esse dado foi comemorado pelo secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Bruno Schwambach. "Assumimos a missão de não paralisar as atividades industriais, acrescentamos o fortalecimento da cadeia de distribuição, direcionamos parte da atividade para novas demandas e a indústria se organizou, formou estoques e se reprogramou. Tanto que, ainda que seja um ano de pandemia, nossos indicadores estão bem superiores aos registrados pela indústria no ano passado", disse.
Amazonas (14,2%), Ceará (8,5%), Pará (8,1%), Santa Catarina (7,6%), Rio Grande do Sul (5,8%), Goiás (5,3%), São Paulo (4,9%), Minas Gerais (3,3%), Paraná (3,2%), Região Nordeste (3,2%) e Rio de Janeiro (0,8%) completaram o conjunto de locais com crescimento na produção no período. Por outro lado, Espírito Santo (-11,0%) e Mato Grosso (-6,2%) tiveram os recuos mais intensos. Bahia, com redução de 1,9%, também apontou resultado negativo.
No acumulado do ano, houve redução em 12 dos 15 locais pesquisados, mas Pernambuco, com 1,8%, junto com Goiás (2,5%) e Rio de Janeiro (2,2%), foi um dos três locais em alta. Os índices negativos mais acentuados foram verificados no Espírito Santo (-18,0%), Ceará (-11,9%), Amazonas (-10,6%) e Rio Grande do Sul (-10,4%). Santa Catarina (-9,7%) e São Paulo (-9,4%) também registraram redução mais acentuada do que a média nacional, enquanto Paraná (-7,2%), Bahia (-7,0%), Minas Gerais (-6,5%), Região Nordeste (-5,6%), Mato Grosso (-2,9%) e Pará (-0,5%) completaram o conjunto de locais com queda.
O resultado se repetiu no acumulado dos últimos 12 meses: Rio de Janeiro (3,6%), Goiás (3,4%) e Pernambuco (1,2%) apresentaram alta, enquanto as demais localidades pesquisadas tiveram índices negativos. Além de PE, o Pará (de -1,7% para -0,8%), o Ceará (de –9,0% para -8,2%), a Região Nordeste (de -4,4% para -3,8%), o Rio Grande do Sul (de -9,1% para -8,6%) e Minas Gerais (de -7,5% para -7,0%) conseguiram diminuir as perdas acumuladas entre agosto e setembro de 2020.
Produção
Em setembro de 2020, a produção industrial pernambucana viu alguns setores que tinham registrado redução na produção ao longo da pandemia apresentarem tendência de recuperação, mesmo que o índice geral para o mês tenha sido negativo.
Das 12 seções e atividades industriais cobertas pela PIM-PF no estado, duas apresentaram queda no mês de setembro em comparação ao mesmo período no ano anterior: fabricação de outros produtos químicos (-1,2%) e fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores (-22,5%). Esta última também é responsável pelos piores índices no acumulado do ano (-75,3%) e no acumulado dos últimos 12 meses (-78,2%).
Os destaques da indústria pernambucana em setembro com relação ao mesmo período do ano anterior são a fabricação de produtos de borracha e de material plástico, que registrou a maior alta, de 19% e a fabricação de sabões, detergentes, produtos de limpeza, cosméticos, produtos de perfumaria e higiene pessoal, com variação positiva de 16,7%. A fabricação de produtos têxteis, de minerais não-metálicos e de bebidas também aumentaram mais de 10%.
Outro setor importante para a indústria do estado e que teve desempenho positivo é a fabricação de produtos alimentícios, que teve variação percentual de 4,5% no mês e também teve o melhor desempenho tanto no acumulado do ano (14,9%) quanto no acumulado dos últimos 12 meses (13,1%).
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