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Malha aérea começa a retomar demanda em Pernambuco

Publicado em: 06/06/2020 10:00 | Atualizado em: 04/06/2020 21:06

Aeroporto do Recife passa de 19 voos diários em maio para 32 em junho. (Foto: Paulo Paiva/Arquivo DP)
Aeroporto do Recife passa de 19 voos diários em maio para 32 em junho. (Foto: Paulo Paiva/Arquivo DP)

A malha aérea de Pernambuco começa a retomar o fôlego em junho, ainda que lenta e gradativamene, com o aumento de quase 50% no número de voos diários no Aeroporto Internacional do Recife/Guararapes - Gilberto Freyre em relação a maio. Apesar de a variação percentual ser representativa, ainda assim os números absolutos são pequenos, quando comparados com o período que antecedia a pandemia do coronavírus. Neste mês, o terminal da capital pernambucana terá 32 voos diários, entre pousos e decolagens, contra 19 em maio, segundo levantamento da Anac. O estado ganha relevância como ponto de embarque e desembarque no Nordeste, já que a malha aérea terá mais que o dobro no número de voos em relação a capitais como Fortaleza, no Ceará, com 14, e Salvador, na Bahia, com 15. O mercado nacional, principalmente o regional, é o foco deste reinício, enquanto as perspectivas para o mercado internacional fiquem para o segundo semestre. 

A demanda para o início da retomada não se baseia no turismo de lazer, que será o último neste setor a voltar a crescer. Porém, Pernambuco é um polo regional e existe um fluxo natural de passageiros, seja de negócios como também os que atendem a fluxo migratório no país. "Ainda não é turismo de lazer, mas existe um fluxo de pessoas. Algumas que moram fora, que têm família aqui, empresas que têm negócios regionais. E isso vai continuar acontecendo. É, inclusive, uma demanda que está acumulada. Quando as pessoas perceberem que está melhorando a situação sanitária, vai começar a vir para cá. E essa demanda de passageiros é uma sinalização positiva de retomada para as companhias aéreas, sabendo que precisa que os números de contaminação da Covid-19 continue caindo para a demanda crescer", explica Rodrigo Novaes, secretário de Turismo de Pernambuco. 

A pandemia fez a demanda cair bruscamente. Entre janeiro e fevereiro, o aeroporto do Recife registrou fluxo de 2,2 milhões de passageiros, segundo dados da Infraero, registrados pelo setor de Estudos e Pesquisas da Empetur. Em abril, o terminal da capital pernambucana se destacou regionalmente com um volume muito inferior, de 77 mil pessoas, já que Salvador e Fortaleza registraram 33 mil e 21 mil pessoas, respectivamente. Um volume que se manteve ativo baseado no mercado regional. 

"O que temos de informação é que em julho e agosto as companhias aéreas vão operar com 15% da malha. De setembro a novembro, com 25%. E o otimismo está maior para dezembro, quando deve chegar a 70% das operações. A gente vê o mercado nacional, com exceção do regional, crescendo a partir de setembro. Mesmo no mercado brasileiro mais forte, como o Sul e Sudeste, ele vai estar retraído porque a malha retraiu também, estamos operando com 10% das três principais companhias. Já o internacional é muito difícil de ter uma situação ainda neste ano. Além da questão econômica, envolve também a segurança e as pessoas não vão sair de seus lugares com medo de uma segunda onda do coronavírus", afirma Eduardo Tiburcius, presidente do Porto de Galinhas Convention & Bureau. 

Para garantir a segurança dos passageiros e também passar confiança da proteção sanitária, neste momento de retomada da demanda de passageiros, o aeroporto do Recife tem preparado um protocolo de medidas para receber os turistas no estado. "Temos discutido com a Aena, , e esse plano está sendo desenhado, não é algo simples e depende da Anvisa", conclui Rodrigo Novaes. 

  
A Gol está operando 250 voos por mês no estado. (Foto: Gol/Divulgação)
A Gol está operando 250 voos por mês no estado. (Foto: Gol/Divulgação)

Companhias aéreas retomam voos e passam a operar novas rotas


O aeroporto do Recife passa a contar, em junho, com a retomada de operações que já faziam parte da malha aérea do estado, com foco no mercado regional, mas também nacional de uma forma geral. Além disso, novos voos começam a funcionar com embarque e desembarque no terminal da capital pernambucana. Segundo as companhias aéreas - Gol, Azul e Latam operam em Pernambuco -, a retomada, mesmo que gradual, acontece de acordo com a demanda dos passageiros. Já as rotas internacionais ainda aguardam as questões sanitárias melhorarem no mundo, mas a Air Europa já anunciou o retorno do voo direto para Madri para o segundo semestre. 

Em abril, a Azul operou com apenas 60 voos diários de 950 da sua malha aérea, uma redução de 93%, segundo Marcelo Bento Ribeiro, diretor de Relações Institucionais da companhia aérea. Em maio, chegou a 100 voos por dia. No Recife, foram 12 chegadas e partidas para nove destinos e agora em junho esses números sobem para 22 pousos e decolagens para 12 destinos. "Adicionamos Congonhas, Natal e Aracaju como novos voos a partir do Recife. Conseguimos operar direto para Congonhas porque o aeroporto agora está subutilizado. Antes a gente tinha pouca autorização de decolagem e usava para a ponte aérea Rio de Janeiro - São Paulo. Agora aproveitamos essa oportunidade para ligar diretamente o Recife", explica ele, sobre a rota que antes era operada como ligação direta apenas pela Gol. 

Além disso, durante a pandemia, a Azul manteve voos internos em Pernambuco. "Ligações importantes do Recife foram mantidas, como para Petrolina e Fernando de Noronha. Mesmo com com o lockdown na ilha, a operação continuou para que o abastecimento de suprimentos não fosse cortado e também existem funcionários do estado que precisam ir e vir", pontua Ribeiro. 

Já a Gol está operando 250 voos por mês em Pernambuco, entre chegadas e partidas, o que dá uma média de cerca de oito voos por dia. "Temos dado esse foco para o Recife. No final de maio voltou o voo Recife-Fortaleza, que se estende para Brasília e opera três vezes por semana. No final do mês retomamos o voo direto para o Rio de Janeiro, três vezes por semana. E o próximo passo é o crescimento no estado. No dia 10 deste mês, passamos a fazer o voos para Fortaleza todos os dias, menos no sábado, e voltamos com o voo direto para Brasília, três vezes por semana. Também voltamos a operação para Congonhas. No dia 15 volta o para Salvador, com seis voos por semana", afirma Bruno Balan, gerente de Planejamento Estratégico de Malha Aérea da Gol. Outro voo interno que vai voltar é o para Petrolina, que também liga a Guarulhos. Antes eram dois voos diarios, e agora volta com três voos semanais. 

A Air Europa anunciou nesta semana a retomada da sua operação no Brasil já em julho, com o voo direto entre Madri e São Paulo. Em setembro é a vez de Salvador. A previsão para Recife e Fortaleza é para novembro, com dois voos por semana. 

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