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Empresas do Porto Digital contratam e têm boas perspectivas para o pós-pandemia

Publicado em: 19/05/2020 17:32 | Atualizado em: 19/05/2020 17:35

Pierre Lucena acredita que perspectivas são melhores para médias e grandes empresas. (Foto: Google Cloud/Divulgação.)
Pierre Lucena acredita que perspectivas são melhores para médias e grandes empresas. (Foto: Google Cloud/Divulgação.)

O setor de tecnologia vem passando pela pandemia do coronavírus sentindo efeitos brandos diante dos impactos negativos que as medidas para conter a disseminação da Covid-19 vêm causando em vários setores da economia. Apesar de as dificuldades para fechar novos negócios serem a principal barreira apontada pelas empresas do Porto Digital, algumas ainda seguem contratando e a maioria estima que o faturamento deste ano será melhor do que o fechamento de 2019. Além disso, 91% consideram que vai haver mais oportunidades para a área de TI após a crise, percentual que atinge a totalidade nas médias e grandes empresas do parque tecnológico. A pesquisa foi realizada com 68 empresas do Porto Digital, entre os dias 30 de abril e 8 de maio de 2020.

As empresas de tecnologia, pela natureza dos negócios, têm uma facilidade para migrar para o trabalho remoto de forma ágil. Segundo o levantamento, 93% adotaram o sistema de home office em todos os setores, contra 18% que demitiram e 15% que reduziram a jornada, em respostas de múltiplas escolhas. Porém, ainda precisam lidar com os problemas internos enfrentados por conta do cenário atual, que listam a saúde mental (40%), monitoramento da equipe (35%) e adaptação ao home office (34%) como os principais. No entanto, 31% não encontraram dificuldades.

Por conta disso, os negócios continuaram girando e, inclusive, com perspectiva de novas contratações. Das empresas consultadas, 29% informaram que seguem com o mesmo volume de contratação e 5% estão vivendo o pico de contratações. Outros 12% responderam que existem novas vagas para projetos relacionados à Covid-19 e 54% alegaram que as vagas estão congeladas. O cenário é melhor para as médias (faturamento entre R$ 5 milhões e R$ 40 milhões) e grandes empresas (acima de R$ 40 milhões). As primeiras têm o mesmo percentual, de 38% para manutenção de contratação e vagas congeladas, enquanto nas segundas o volume chega a 50% em cada.

"A Pitang, por exemplo, trabalha com sistemas e inovações e é uma das responsáveis pela plataforma Atende em Casa, então teve que contratar gente para desenvolver, além de cuidar dos sistemas que estão dentro das empresas, acabaram mais demandados neste momento", explica Pierre Lucena, presidente do Porto Digital. Já em 60% das empresas com até R$ 5 milhões de faturamento as vagas estão congeladas.

A dificuldade de fechar novos contratos atinge todas as empresas, em uma média de 83%, enquanto 52% apontaram cancelamentos de contratos. "A dificuldade de fechar negócio acontece porque tem muita empresa segurando para fazer qualquer tipo de investimento. Na economia real, está tudo parado, e elas estão esperando para ver como vão sair. Além disso, para fechar um contrato, normalmente precisa de contato pessoal. Os relacionamentos ainda precisam de presença física. Para fechar remoto, só com quem já conhece e as grandes levam vantagem", afirma Lucena. Apesar disso, a estimativa para 39% das empresas é que o faturamento em 2020 seja melhor do que o de 2019, enquanto 9% acreditam que será muito melhor, 15% igual, 25% pior e 12% muito pior.

As expectativas também são positivas para o pós-pandemia, já que 91% das empresas acreditam vão surgir oportunidades. Estimativa ainda melhor para as médias e grandes empresas, que tiveram 100%. "O caminho é uma maior contratação em torno das grandes empresas. Fica visível, pela pesquisa, que elas têm perspectivas melhores do que as pequenas porque essas estão começando e não têm histórico para fechar grandes contratos sem o conhecimento e a presença física", acrescenta o presidente. Entre as pequenas empresas, o índice de positividade chega a 86%.
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