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Pernambucanos em viagem na Europa tentam retornar ao Brasil

Publicado em: 19/03/2020 06:00 | Atualizado em: 19/03/2020 07:43

Pernambucano, Celino Melo embarcou em um cruzeiro para Portugal no dia 4 de março (Acervo pessoal/Cortesia)
Pernambucano, Celino Melo embarcou em um cruzeiro para Portugal no dia 4 de março (Acervo pessoal/Cortesia)

No começo de março, com os contágios por coronavírus ainda concentrados fora do Brasil, muita gente manteve os planos de viagem. Foi o caso de um cruzeiro que partiu do Recife no dia 4 de março com mais de 2 mil passageiros, boa parte pernambucanos, com destino a Lisboa, em Portugal, onde estava o pernambucano de Garanhuns, no Agreste do Estado, Celino Melo. Ele, assim como outras pessoas, tenta voltar ao País.

 

Em situação semelhante, o jornalista Suetoni Souto Maior foi com a esposa e dois filhos pequenos para Portugal, uma viagem organizada ao longo de oito meses. Agora, teme não conseguir embarcar no voo programado para a próxima quarta-feira (25).

 

Celino teve o voo programado para quarta (18) cancelado, mas conseguiu outra passagem para o sábado (21), comprada por um parente no Recife por 1,5 mil euros. “No aeroporto de Lisboa, a fila da (cia área) TAP estava quilométrica, com três a quatro horas de espera para atendimento”, contou. “Nada garante que vamos conseguir embarcar, e há pessoas que vieram conosco que não conseguiram remarcar ainda. O que queremos é que as autoridades exijam que as companhias aéreas cumpram esses voos”.

 Com receio que as medidas restritivas impostas em Portugal aumentem, Suetoni tentou antecipar o voo da família, mas o preço foi inviável. Por ora, conseguiu sair de Lisboa para Covilhã, menos populosa, e aguarda o momento em que precisará voltar para a capital. “A passagem está comprada, mas não conseguimos falar com ninguém. Fomos ao aeroporto e fomos ‘enxotados’. Por telefone, também não. Estou falando com você sem saber onde estaremos amanhã”, disse. Com relação aos ônus financeiros, Suetoni disse que a maioria das reservas feitas por um site de hospedagem foi reembolsada, mas que a pandemia causou um enorme prejuízo.


Respostas

Procurada, a CVC confirmou, por nota, que o cruzeiro do navio Soberano, da companhia marítima Pullmantur, teve sua rota alterada por causa das restrições das autoridades em Portugal. Disse ainda que tem acompanhado de perto e atuando nas remarcações e embarque de pessoas para retorno ao Brasil, de diversos destinos. “Esse trabalho está sendo realizado em cooperação com as companhias parceiras, com o objetivo de atender nossos clientes com brevidade e segurança, considerando o cenário de reduções de voos internacionais e restrições de trânsito impostos por diversos governos ao redor do mundo", explicou a CVC, por nota.

A reportagem procurou o Procon Pernambuco, que enviou uma nota informando que notificaria ainda na tarde de ontem as empresas TAP, CVC e Pullmantur. “Elas terão o prazo de 24 horas para apresentar quais medidas estão sendo tomadas para o retorno dos brasileiros”, disse o órgão, em nota. Também questionada, a Assessoria Especial do Governo de Pernambuco explicou que “desde o primeiro momento está em contato com o Itamaraty, acompanhando e cobrando uma solução para o caso” e afirmou que “seguirá buscando uma alternativa”.

Por e-mail, o Itamaraty explicou que consulados e embaixadas brasileiras acompanham a situação do fechamento das fronteiras por conta do coronavírus, “com especial atenção à situação dos turistas brasileiros” e que ambos permanecem à disposição, buscando “assistência consular possível em cada caso concreto”.

O Itamaraty recomendou que os brasileiros no exterior mantenham a calma e sigam orientações das autoridades locais. Reforçou ainda que todas as embaixadas e consulados brasileiros estão funcionando, mas com regimes de trabalho adaptados às restrições de cada local. As páginas na internet de todos os Consulados do Brasil podem ser consultadas na seguinte seção do Portal Consular do Itamaraty: http://www.portalconsular.itamaraty.gov.br/rede-consular.

Até o a publicação desta reportagem, TAP não respondeu aos questionamentos do Diario. A reportagem também procurou a Pullmantur, mas não conseguiu contato.

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