PROJEÇÃO

Bancos passam a prever contração na economia brasileira em 2020

Por: FolhaPress

Publicado em: 18/03/2020 22:51

 (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)
Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Os bancos JPMorgan e Goldman Sachs passaram a prever contração da economia brasileira neste ano, com o PIB (Produto Interno Bruto) afetado pelos efeitos globais do coronavírus, segundo relatórios divulgados nesta quarta (18).

O JPMorgan projeta queda de 1% no PIB em 2020, ante expectativa anterior de crescimento de 1,6%, com uma "profunda recessão" no primeiro semestre.

O banco espera retração de 3,5% da economia no primeiro trimestre deste ano ante os três meses anteriores (com ajuste sazonal), devido sobretudo ao golpe contra o PIB global e a temores da Covid-19 no país.

Já no segundo trimestre o JPMorgan calcula um tombo de 10%. Para a instituição, as medidas tomadas pelo mundo para conter o surto, junto com o aperto nas condições financeiras e uma recessão, terão um "papel crucial".

"Julgamos que o segundo trimestre poderia ser ainda pior, mas as medidas fiscais anunciadas por autoridades devem suavizar os efeitos", disse o banco em relatório.
O Goldman Sachs também cortou sua projeção para a economia em 2020, de expansão de 1,5% para uma contração de 0,9%.

"A combinação de demanda externa por bens e serviços em declínio, piora dos termos de troca, aperto significativo das condições financeiras domésticas e impacto econômico das medidas em rápida escalada para lidar com o surto de Covid-19 nos levaram a revisar ainda mais para baixo nossas perspectivas para as economias da América Latina", disse relatório da instituição.

Nesta quarta, o UBS baixou a 0,5% sua expectativa de crescimento para o PIB brasileiro neste ano, depois de uma taxa já revisada para baixo de 1,3% (contra 2,1% antes). O Credit Suisse cortou na última terça (17) a projeção de crescimento em 2020 para zero; antes, o banco suíço previa expansão de 1,4% do PIB neste ano.

Devido a medidas de contenção da Covid-19, o banco vê um cenário de contração de 0,1% no primeiro trimestre em relação ao último de 2019 e de 1,6% no segundo trimestre.

Também na terça, o Santander Brasil reduziu sua projeção de 2% para 1% em 2020. A instituição espera queda nos dois primeiros trimestres, mas trabalha com uma recuperação no segundo semestre, em um cenário em que haveria retomada da atividade a partir do controle da propagação do vírus.

Com a retomada mais lenta, o banco revisou também a expectativa de crescimento de 2021, de 2,5% para 2%.

Na sexta-feira passada (13), várias instituições revisaram seus números para o Brasil: o banco UBS, de 2,1% para 1,3%; o JPMorgan, de 1,9% para 1,6%; o Bank of America, de 1,9% para 1,5%.

O economista-chefe do banco BV, Roberto Padovani, revisou sua estimativa de 2,5% para 1,5%, considerando a expectativa de impacto similar ao de outros países, com o pico da doença no Brasil e nos EUA nas próximas semanas.

De acordo com o boletim Focus, do Banco Central, a mediana das projeções dos analistas consultados para o crescimento do PIB deste ano caiu de 2,23% para 1,68% nas últimas quatro semanas.
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