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CRESCIMENTO

Produção industrial tem terceira alta consecutiva

Publicado em: 05/12/2019 07:11

 (Foto: Renault/Divulgação)
Foto: Renault/Divulgação
Rio - A produção industrial subiu 0,8% em outubro em relação a setembro, na série com ajuste sazonal, revelou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio dentro das expectativas dos analistas, que esperavam uma alta de 0,4% a 1,4%. Em relação a outubro de 2018, a produção subiu 1%. No ano de 2019, a indústria registra queda de 1,1%. No acumulado em 12 meses, a produção da indústria acumula recuo de 1,3%, segundo o IBGE.

A alta de 0,8% na produção industrial fez o setor acumular uma expansão de 2,4% nos últimos três meses. A indústria já tinha avançado 0,3% em setembro e 1,3% em agosto. Uma sequência de crescimento na indústria por três meses seguidos não era vista desde os últimos meses de 2017, lembrou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE. O bom desempenho interrompe um comportamento errático que a atividade industrial vinha apresentando desde 2018, avaliou Macedo. "Tem melhora no ritmo da produção, sim", afirmou o pesquisador do IBGE, acrescentando que a recuperação tem sido puxada pela fabricação de bens de consumo.

O crescimento registrado pela indústria em outubro de 2019 ante outubro de 2018 foi decorrente de avanços na produção em 13 das 26 atividades pesquisadas, segundo os dados do IBGE. O mês de outubro deste ano teve um dia útil a mais do que igual mês do ano anterior, mas o efeito calendário não teve grande influência sobre o bom desempenho da indústria, avaliou André Macedo. "O efeito calendário não foi determinante, foi incremento mesmo da produção que garante essa manutenção no campo positivo. Tanto que o índice de difusão mostra menos da metade dos produtos com crescimento na produção. Então o efeito calendário não foi determinante para disseminar crescimento de atividades nem de produtos", justificou Macedo.

O índice de difusão, que mostra a proporção de produtos com crescimento na produção, encolheu de 51,7% em setembro para 48,2% em outubro. Em relação a outubro do ano passado, o avanço de 12,3% na fabricação de produtos alimentícios exerceu a maior influência positiva sobre o total da indústria. Também contribuíram os segmentos de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (3,2%), veículos automotores, reboques e carrocerias (3,5%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (6,9%), produtos de metal (4,9%), bebidas (3,6%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (5,0%) e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (4,0%).


Bolsa
A Bolsa de Valores de São Paulo superou ontem pela primeira vez os 110 mil pontos, impulsionada por sinais de arrefecimento na guerra comercial entre China e Estados Unidos e pela publicação de novos indicadores econômicos positivos no Brasil. O índice Ibovespa, que abriu em 108.961 pontos, atingiu 110.300, um aumento de 1,23% em relação ao fechamento do dia anterior.

PIB do 3º trimestre será revisto após polêmica

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou ontem que vai revisar os resultados, já divulgados, do Produto Interno Bruto (PIB, o conjunto da produção de bens e serviços do país) relativo ao terceiro trimestre, depois de os dados oficiais terem sido contestados em reportagem do jornal britânico Financial Times - um dos maiores veículos especializados em economia do mundo. Segundo a matéria - publicada ontem com o título "Falha nos dados econômicos brasileiros desperta preocupações entre analistas" -, modificação nos dados das exportações de bens de setembro, publicados pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), "levantaram dúvida pela primeira vez sobre os dados brasileiros, vistos por muito tempo como um exemplo de transparência entre as nações emergentes".

A revisão será feita na divulgação do quarto trimestre de 2019, que ocorrerá em 4 de março de 2020. De acordo com a reportagem do Financial Times, o Ministério da Economia do Brasil corrigiu o valor total das exportações de novembro de "desapontadores" US$ 9,7 bilhões para "bem melhores" US$ 13,5 bilhões. O motivo teria sido um erro ao registrar boa parte das declarações de exportadores nos últimos três meses. A falha também teria prejudicado os cálculos dos números para setembro e outubro, que foram corrigidos depois pelo governo em cerca de US$ 1,35 bilhão em cada período. Antes das revisões, o resultado divulgado pelo governo era de déficit de US$ 1,099 bilhão. Após a correção, a balança comercial passou a ter superávit de US$ 2,717 bilhões.

As mudanças se refletiram na cotação do dólar. Quando o resultado divulgado foi deficitário, a moeda norte-americana alcançou R$ 4,22. A reportagem também cita a divulgação de um PIB (Produto Interno Bruto, o conjunto da produção de bens e serviços do país) do terceiro trimestre deste ano "melhor do que o esperado". O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicou que o PIB cresceu 0,6% de julho a setembro, comparado com o segundo, e 1,2% se comparado com o mesmo período de 2018. O economista-chefe para a América Latina do ING Financial Markets, de Nova York, Gustavo Rangel, afirmou que o bom resultado do PIB parcial levantou "dúvidas entre alguns analistas devido a um número extraordinariamente grande de estoques de empresas, um indicador negativo para a atividade econômica".
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