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ACELERAÇÃO DA ECONOMIA

Indicador do Banco Central sinaliza para a aceleração da economia

Publicado em: 15/11/2019 11:41 | Atualizado em: 15/11/2019 11:44


Colheitadeira em plantação de algodão: setor agropecuário deve ser o maior responsável pelo avanço da economia no terceiro trimestre do ano. (Foto: Ed Alves/CB/D.A Press)
Colheitadeira em plantação de algodão: setor agropecuário deve ser o maior responsável pelo avanço da economia no terceiro trimestre do ano. (Foto: Ed Alves/CB/D.A Press)
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) registrou alta de 0,44% em setembro ante o mês anterior. Foi o segundo resultado positivo consecutivo, o que levou o indicador a terminar o terceiro trimestre com uma forte alta — de 0,91% — em relação ao período de abril a junho. Os dados ajudaram a melhorar as expectativas dos economistas em relação ao crescimento da economia, uma vez que o IBC-Br é considerado uma prévia do comportamento do Produto Interno Bruto (PIB), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em relação a setembro de 2018, a expansão do IBC-Br foi de 2,11% e, no acumulado de 12 meses, ficou em 0,99%. Nos nove primeiros meses do ano, a alta é de 0,8%.

Para André Perfeito, economista-chefe da Necton Investimentos, o índice do BC aponta forte expansão da atividade no 3º trimestre. “A variação trimestral sugere que teremos forte avanço em relação ao trimestre anterior nos componentes da oferta. Se confirmado esse cenário, teremos um crescimento no 2º semestre de 2019 igual ao crescimento médio por trimestre de 2017. Contudo a variação média do ano ainda será baixa, de apenas 0,36%”, ponderou.Continua depois da publicidade

Perfeito explica que os dados sugerem que o país passou por um ponto de inflexão no 2º trimestre de 2019 e que a recuperação tende a ser mais firme com o avanço da iniciativa privada em alguns segmentos. “A questão ainda se centra na recuperação do mercado de trabalho, já que a demanda do governo tende a ficar reprimida pelos próximos anos”, complementou.

Apesar das indicações de avanço na economia, o ritmo de crescimento segue lento em 2019. A previsão do Banco Central é de que o ano terminará com avanço de 0,92% em relação a 2018. Já a projeção do governo federal para o crescimento do PIB em 2019 está em 0,9%. O Conselho de Política Monetária (Copom) já avaliou que, após setembro, haverá leve aceleração da economia, reforçada pelos estímulos decorrentes da liberação de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e do PIS-Pasep.

Para o 3º trimestre, a equipe econômica do governo espera crescimento de 0,87% em relação ao mesmo período de 2018 e de 0,33% ante o trimestre anterior. A aposta é de que o setor agropecuário, com alta de 2,80% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior e expansão de 2% na comparação com o segundo trimestre de 2019, será o maior responsável por esse avanço.

Recuperação
Para os outros setores, indústria e serviços, a estimativa é de variação positiva de 0,17% e 0,87%, respectivamente, ante o mesmo período de 2018. Já em relação ao trimestre anterior, a previsão é de avanços de 0,16% e 0,19%. De acordo com o calendário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o resultado do PIB do trimestre encerrado em setembro será divulgado em 3 de dezembro.

Flávio Serrano, economista-chefe do Haitong Banco de Investimentos, explica que o país ainda está em um início da recuperação econômica. “Vínhamos caminhando e nos acomodamos, agora começa a retomada do movimento. O ritmo não é forte o suficiente para um crescimento vigoroso. O avanço é contido pelo desemprego e pela redução de gastos do governo”, diz. Ele destaca, ainda, que o cenário externo, de desaceleração, também dificulta o quadro. “A economia brasileira quer reagir, mas tem sido bombardeada por fatores exógenos”, avaliou.

O BC entende que uma aceleração do ritmo de retomada da economia em patamares mais robustos dependerá do aumento de produtividade, de ganhos de eficiência, de maior flexibilidade da economia e da melhora do ambiente de negócios. Para a instituição, com recursos para investimentos públicos escassos, ganha importância a continuidade do processo de reformas e ajustes que gerem sustentabilidade das contas públicas.
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