° / °

Economia
Panorama

Produtividade global vive estagnação dez anos após a crise, diz relatório

Publicado: 08/10/2019 às 20:17

Foto: Arquivo/Agência Brasil/Foto: Arquivo/Agência Brasil

Foto: Arquivo/Agência Brasil/Foto: Arquivo/Agência Brasil

Uma década depois da crise financeira global e de US$ 10 trilhões injetados por bancos centrais, a maior parte das economias segue presa em um ciclo de baixo crescimento de produtividade. O apontamento é do Fórum Econômico Mundial, que publicou nesta terça-feira (8) seu relatório global de competitividade.

Lançado em 1979, o Global Competitiveness Report dá um panorama sobre os principais fatores que medem a competitividade e o crescimento econômico de 141 mercados.

Endereçado a formadores de políticas públicas, um dos destaques do relatório deste ano é que políticas voltadas ao trabalho e à educação não estão acompanhando o ritmo da inovação na maioria dos países.

"Governos precisam antecipar melhor consequências não intencionais da integração tecnológica e implementar políticas sociais complementares para apoiar a população na Quarta Revolução Industrial", diz o documento.

É o caso de economias com forte capacidade de inovação, como Coreia do Sul, França e Japão, ou capacidade crescente de inovação, como China, Índia e Brasil, que "precisam investir na sua base de talentos e melhorar o funcionamento de seus mercados de trabalho".

O primeiro lugar no ranking de país mais competitivo ficou com Singapura, que desbancou os Estados Unidos. Em uma escala de 0 a 100, eles pontuaram 84.8 e 84.1, respectivamente.

O relatório destaca que, à medida que as políticas monetárias começam a perder força, "é crucial que as economias se apoiem em políticas fiscais e incentivos públicos para impulsionar pesquisa e desenvolvimento, aprimorar a base da força de trabalho, desenvolver infraestruturas e integrar novas tecnologias".

O Brasil subiu uma posição e ocupa o 71º lugar, a oitava posição entre países da América Latina e Caribe.

A leve melhora foi sustentada pela simplificação de regulações para abrir e fechar um negócio, o que elevou em 7.8 pontos o pilar chamado dinamismo nos negócios -o Brasil está na 67ª posição.

Apesar de estar relativamente bem posicionado em relação à capacidade de inovação (40º lugar), devido a fatores como força de trabalho diversa, boas publicações científicas e aumento de patentes, o Brasil fica na lanterna no quesito mercado de trabalho. 

Ocupa o 105º lugar (apesar do aumento de 2.5 pontos) no pilar que leva em conta remunerações, práticas de contratação e demissão, direitos trabalhistas, políticas de incentivo e de equilíbrio salarial entre gêneros.

Os principais obstáculos à evolução do Brasil no ranking são a estabilidade macroeconômica - o país está na 115ª posição -, a abertura comercial (125ª) e as barreiras comerciais tarifárias e não tarifárias.

Além disso, são elencados como pontos negativos a instabilidade política, o excesso de burocracia e a falta de visão governamental de longo prazo.

Já o tamanho do mercado e o controle da inflação foram mencionados como aspectos positivos.

Índice global de competitividade do Fórum Econômico Mundial
1. Singapura
2. Estados Unidos
3. Hong Kong
4. Holanda
5. Suíça
6. Japão
7. Alemanha
8. Suécia
9. Reino Unido
10. Dinamarca

Países da América Latina e Caribe
1. Chile
2. México
3. Uruguai
4. Colômbia
5. Costa Rica
6. Peru
7. Panamá
8. Brasil
9. Barbados
10. República Dominicana
Mais de Economia