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Desaceleração global é sincronizada, segundo FMI

Publicado em: 15/10/2019 11:29

Reprodução/Pixabay
O mundo está em um processo de “desaceleração sincronizada”, de acordo com Gita Gopinath, economista-chefe e diretora do Departamento de Pesquisas do Fundo Monetário Internacional (FMI).  Ela fez a análise ao apresentar, nesta terça-feira (15), o relatório Panorama Econômico Global (WEO, na sigla em inglês).

Pelas novas projeções do Fundo, o Produto Interno Bruto (PIB) mundial vai crescer 3%, neste ano, dado 0,2 ponto percentual abaixo da projeção anterior (3,2%), que tinha sido revisada em julho. Em relação ao relatório de abril (3,3%), a queda foi de 0,3 ponto percentual.

“Esse é o menor patamar de crescimento desde a crise financeira global”, disse Gopinath em referência ao período em que o PIB mundial encolheu quando vários bancos quebraram em 2008. O FMI reduziu de 1,9% para 1,7% a estimativa de expansão das economias desenvolvidas em 2019. E cortou de 1,6% para 1,4% a taxa de expansão de 2020. O PIB dos Estados Unidos  deverá crescer 2,4%, neste ano, abaixo dos 2,6% previstos em julho.

A economista explicou que esse quadro de desaceleração reflete a desaceleração da indústria global, com o setor automobilístico entre os mais afetados, e o aumento das comerciais pelo planeta. Por conta disso, o FMI está projetando “uma modesta recuperação em 2020”, segundo ela. 

Gopinath defendeu o multilateralismo como saída para a recuperação do crescimento global, especialmente, porque ajudará a reduzir a evasão tarifária. A expectativa do organismo para a expansão do volume de comércio global neste ano foi reduzida de 2,5% para 1,1%.

Emergentes
Apesar de cortar de 4,1% para 3,9% as expectativas de expansão dos mercados emergentes, FMI elevou levemente a projeção de crescimento do PIB brasileiro em 2019. A estimativa de avanço da economia nacional passou 0,8%, em julho, para 0,9%, em outubro, em linha com as novas previsões do mercado. Para 2020, reduziu de 2,4% para 2%. 

Para a economista do FMI, se o governo brasileiro conseguir avançar nas reformas estruturais, a economia poderá apresentar uma recuperação melhor da recessão que, entre 2014 e 2016, reduziu o PIB do Brasil em 8%. “O país tem elevado nível de demanda em comparação com 2015 e com 2016, mas ainda há muito o que fazer”, destacou.

O Fundo piorou a estimativa de alta para o PIB do México em 2019, que passou de 0,9% para 0,4%, um desempenho pior do que o do Brasil. A estimativa de crescimento do PIB da América Latina neste ano teve redução de 0,4 ponto percentual, para 0,4% neste ano.

As novas projeções de 2019 para os países do Brics, bloco dos países emergentes que inclui o Brasil, passaram 1,2% para 1,1% para a Rússia; de 6,2% para 6,1%, para a China; e de 7% para 6,1% a Índia, o maior corte entre os emergentes. O Fundo manteve a estimativa para a alta do PIB da África do Sul neste ano em 0,7%.
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