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PIB pernambucano avança em 2,2%

Publicado em: 20/09/2019 08:34 | Atualizado em: 20/09/2019 08:41

Foto: Pixabay/Reprodução
Assim como aconteceu no primeiro trimestre do ano, o Produto Interno Bruto de Pernambuco (PIB), a preços de mercado, apresentou crescimento nos meses de abril a junho. O aumento foi de 2,2% em relação a igual período do ano anterior, no trimestre, alcançando R$ 49,2 bilhões, em valores correntes. Mais uma vez, dois dos três principais segmentos da economia alavancaram os números: indústria e agropecuária. O estado ainda apresentou, novamente, um comportamento mais dinâmico, em termos comparativos, em relação ao Brasil com o dobro do seu crescimento, cujo aumento do PIB nacional foi de 1%. Os números, entretanto, já refletem as consequências do desativamento do estaleiro Atlântico Sul: uma das cinco atividades em que houve queda na produção física ao longo do trimestre foi a da fabricação de equipamentos de transporte como embarcações (incluindo plataformas), excetuando-se veículos automotores. Uma redução bastante significativa: - 62,6% .


Considerando os resultados acumulados no primeiro semestre, houve a expansão de 1,7% no PIB/PE em relação a igual período do ano anterior. São R$ 99,8 bilhões, em valores correntes. Neste mesmo período, o crescimento do Produto Interno Bruto nacional foi de 0,7%. Os dados foram apresentados na manhã de ontem em coletiva à imprensa pela Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco (Condepe/Fidem).

Na comparação do segundo trimestre de 2019 com o mesmo período do ano anterior, foi detectado que o resultado decorreu do desempenho de três grandes setores econômicos: agropecuária (9,9%), indústria (4,9%) e serviços (1,1%). Quando comparado aos primeiros três meses de 2019, considerado o ajuste sazonal, o comportamento dos mesmos segmentos também foi o que interferiu no resultado: agropecuária (0,2%), indústria (2,9%) e serviços (0,4%).

Rodolfo Guimarães, gerente de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas da Agência Condepe/Fidem, ressalta o papel da agropecuária e indústria (principalmente de transformação) neste cenário. Ele explica que, ao contrário do Brasil, que se desindustrializou nos últimos anos, Pernambuco abrigou um grande plano de investimentos estruturadores garantindo dinamismo mesmo diante do adverso quadro macroeconômico. 

“Pernambuco passou por uma mudança profunda na sua estrutura produtiva entre o final da década passada e o começo da atual. Isto resultou em atividades que não dispúnhamos anteriormente, como indústria de automóveis, refinaria de petróleo, polo naval, fábricas de alimentos no interior do estado. Antigamente, Pernambuco possuía bens de consumo não duráveis e uma indústria de bens intermediários que fornecia para o Centro-Sul do país”, explica.

Quanto à agropecuária, apesar do seu peso pequeno do ponto de vista estatístico dentro do PIB, Rodolfo ressalta seu maior poder de recuperação quando comparado ao país como um todo. “Houve um período muito difícil na primeira metade da década, devido a uma grande seca que atingiu todo o Semiárido e até interferiu na produção da cana-de-açúcar na Zona da Mata. Este momento acabou, as condições climáticas melhoraram e este segmento tem contribuído para um crescimento maior.

No país, por sua vez, apesar de ter havido a maior safra histórica do Brasil em 2017, ela não se manteve neste patamar nos anos subsequentes”, complementa. Sobre a queda na produção dos transportes navais e impacto no PIB, ele esclarece. “O mês de junho provavelmente tenha sido o da última encomenda do estaleiro, mesmo eles tendo anunciado o fechamento em agosto”, afirma.

Sobre as previsões a respeito do desempenho do segundo semestre, a diretora-presidente da Agência Condepe/Fidem, Sheila Pincovsky, relembra que é, geralmente, um período melhor do que os primeiros seis meses. “Há injeção de renda para as famílias com o pagamento do 13º, por exemplo. O consumo é sempre maior e isso dá uma outra dinâmica à questão do comércio. No que diz respeito à agricultura, é também a época mais favorável à cana-de-açúcar, de boa safra de alguns produtos e isto leva o PIB como um todo a ter um desempenho melhor”, analisou.

Na ocasião da coletiva, houve ainda o anúncio de uma agenda diferenciada até o fim do ano. Em 14 de novembro, haverá a apresentação final do PIB anual de 2017. Em dezembro, o lançamento do PIB municipal, com o objetivo de apresentar a composição de cada município e o produto que nele mais se destaca.

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