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MASTERBOI

Pernambucana vai exportar carne para a China

Publicado em: 10/09/2019 07:29 | Atualizado em: 10/09/2019 08:32

Foto: Divulgação
Após três anos de expectativas, com algumas frustrações nesse período, a pernambucana Masterboi foi habilitada pela China para exportar carne para o país. O Ministério da Agricultura brasileiro recebeu ontem a comunicação oficial da Administração Geral da Aduana da China (GACC) sobre a liberação de 25 novos frigoríficos para exportação (agora, ao todo, são 89 com aval no país) - 17 de bovinos, seis de frango, uma de suínos e uma de asininos (jumentos). 

Apesar de evitar mensurar o impacto financeiro da abertura das portas da China para a Masterboi, os pernambucanos vão ter acesso a um mercado consumidor gigantesco. A população chinesa representa cerca de 18% da população mundial, com 1,3 bilhão de pessoas. Em cinco anos, o Brasil saltou da quinta posição e hoje é o maior emissor dessa proteína para os chineses.

Além disso, enxerga-se um potencial de crescimento no país. Segundo dados do MLA/Compilado pela Scot Consultoria, o consumo per capita de carne bovina pela China está em torno de 6kg/ano, quase sete vezes menos que o Brasil (terceiro maior consumidor do mundo) e seis que os EUA (o primeiro desse ranking). 

Com três plantas no Brasil - em Pernambuco, Tocantins e Pará -, a Masterboi vai utilizar a localizada nessa última, mais precisamente no município de São Geraldo do Araguaia, para produzir as carnes que serão embarcadas para a China. Porém, segundo Márcio Rodrigues, diretor de exportações da Masterboi, as demais unidades poderão ser incorporadas a esse processo no futuro. “Estamos muito entusiasmados. Na verdade, acabou uma novela. Foram pelo menos três anos discutindo esse assunto e várias remarcações de auditorias.

Os chineses estiveram no fim do ano passado no Brasil e fizeram uma auditoria por amostragem, indo em algumas plantas de empresas brasileiras, e os relatórios não foram satisfatórios e recuaram. Agora, em julho, o pessoal do Ministério da Agricultura visitou algumas plantas de suínos e aves mostrando, por videoconferência, e deram parecer positivo. Os bovinos seriam na sequência, mas não ocorreu. Somente quinta-feira da semana passada houve essa visita a quatro fábricas e hoje (ontem) o Ministério da Agricultura informou por suas redes sociais que as empresas foram habilitadas”, conta Rodrigues, informando que o próximo passo, enquanto espera a documentação do Ministério da Agricultura, será trabalhar o processo de rotulagem dos produtos para os chineses e, aí sim, começar a enviar as cargas.

No início, segundo Rodrigues, serão exportadas 1,2 mil toneladas por mês para a China, 40% do que a planta paraense produz atualmente.  “Hoje, é o que conseguimos fornecer. Vamos ver dentro da nossa viabilidade de capacidade instalada, posteriormente, o aumento disso, mas há um gargalo que é a necessidade de se ter bois com até 30 meses de idade, que é uma das condições para atender o mercado chinês”, explica o diretor de exportações, destacando que mais de 40 países já são recebem proteína da Masterboi. 
Parte desses a produção é de carne Halal, direcionada ao público muçulmano, que possui várias particularidades e, inclusive, um longo processo de certificação para que os produtores brasileiros possam fornecer proteína para esses países. O sul da China, por exemplo, tem um mercado consumidor para esse segmento de carne bovina.
 
MERCADO
18,8% da população mundial é chinesa

1,04 milhão de toneladas de carne bovina foram importadas pela China

322,69 mil de toneladas de carne bovina brasileira chegaram à China em 2018

31%  das importações chinesas

43%  do volume total exportado de carne bovina brasileira foi destinado à China e Hong Kong

22% de todo o faturamento nessas exportações correspondem à China 
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