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Maioria do etanol norteamericano pode ser destinado ao Centro-Sul do país

Publicado em: 18/09/2019 15:54 | Atualizado em: 18/09/2019 16:05

Proposta deverá ser discutida na próxima terça (24). Foto: Teresa Maia/DP/D.A.Press
Na próxima terça (24), será escrito mais um capítulo da mobilização dos plantadores de cana-de-açúcar e usineiros sobre a decisão do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) de facilitar a vida dos produtores de etanol dos Estados Unidos. Na ocasião, será realizada uma reunião técnica com Ministério das Relações Exteriores, Agricultura e Economia (este último representado pela secretaria de exportações) com o objetivo de analisar a proposta apresentada no início desta semana durante reunião do grupo com o líder do governo na Câmara Federal, Major Vitor Hugo (PSL-GO), e outras lideranças políticas. O encontro deverá ser marcado pela votação da urgência do Projeto de Decreto Legislativo (PDL), assinado por Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), para sustar a decisão do governo de aumentar a cota para importações anuais de etanol dos EUA sem tarifa.

Com o objetivo de minimizar os efeitos da recente concessão sobre o aumento da cota livre do tributo (de 600 milhões para 750 milhões de litros) e da prorrogação da compra de álcool anidro, obtido a partir do milho, sem a cobrança de imposto de importação de 20%, o grupo apresentou a alternativa de que este etanol tivesse 93% do seu volume destinado a portos do Centro-Sul e apenas 7% aos do Nordeste. De acordo com Renato Cunha, presidente executivo do Sindicato da Indústria do Açúcar e Álcool no Estado de Pernambuco (Sindaçúcar -PE) e da Associação de Produtores de Açúcar, Etanol e Bioenergia (Novabio Nordeste), a proposta visa manter a paridade da produção, cujo perfil é aproximadamente este. “No ano passado, o Nordeste já recebeu, integralmente, 600 milhões de litros. Não tem mais condições de receber nenhum etanol neste momento. E esta cota de 7%, se vier, deverá chegar em junho, julho e agosto de 2020, na entressafra, quando já teremos cumprido a safra. Não pode vir agora”, afirmou.

Cunha afirmou que a Câmara, por meio de Rodrigo Maia, considerou a importância da reunião na qual deferirá se haverá a volta do PDL. “Particularmente, não tenho opinião formada mas imagino que os deputados querem votar o projeto já que, no quesito internacional, eles não foram consultados. Sentiram-se preteridos pelo Governo Federal que fez esta negociação sem uma contrapartida”, complementa. 
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