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Equipe econômica quer criar imposto com alíquota de 0,2% no estilo da CPMF
Por: Correio Braziliense
Publicado em: 10/09/2019 07:06
Os níveis atuais de investimentos até junho deste ano se aproximam do total investido nos anos de 2015 e 2017. Para Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, embora a intenção não seja investimento efetivo, é provável que o número se concretize e aumente neste segundo semestre. “Em relação ao ano passado, por exemplo, temos que considerar que o segundo semestre teve eleições, desdobramentos da Lava-Jato e outros fatores de instabilidade. Então, neste ano, devemos avançar mais nesse valor, já que estamos mais estáveis”.
Agostini explicou que a alta na intenção de investimento mostra uma reação à mudança na gestão política econômica do país, que visa dar mais liberdade econômica. “A expectativa é que a nova gestão dê maior potencial de investimento. O que falta agora é acontecer as reformas, mas isso tem caminhado aos poucos”, explicou.
As empresas nacionais ligadas ao setor público — Petrobras, Eletronorte (Eletrobras) e a Companhia de Saneamento de São Paulo (Sabesp) — anunciaram juntas um total de US$ 21,01 bilhões em investimentos. Agostini destacou que essas empresas são de áreas estratégicas que demandam altos volumes de investimentos. “É natural que esse setor registre os maiores valores”, afirmou.
Enquanto a Petrobras deve investir US$ 15 bilhões em extração de petróleo e atividades de pesquisa e desenvolvimento, a Sabesp planeja aplicar US$ 5,08 bilhões na captação, tratamento e distribuição de água no estado de São Paulo. Já a Eletronorte planeja destinar US$ 977 milhões para eletricidade na região Norte do país.
No setor privado, as maiores intenções de investimento são de empresas do segmento de papel e celulose. A Euca Energy programa aplicar US$ 2,55 bilhões na implantação de uma fábrica de celulose em Alto Araguaia (MT). A Kablin direcionará US$ 2,37 bilhões na expansão de papéis para embalagem.
Para melhorar a atratividade do país, Agostini defende a redução do Estado. “Não dá para o Brasil querer atrair investidor sendo que o principal competidor é o governo. Mas, de novo, isso é algo que já está sendo resolvido com a nova gestão, permitindo que a iniciativa privada ganhe espaço”, disse.
Ele destaca que o momento atual ainda é de ajuste e conflitos institucionais do governo, então é normal que o impacto demore a ser sentido. “Os investidores estrangeiros, por exemplo, lidam com duas inseguranças: a de que o principal gestor do país (o presidente Jair Bolsonaro) ainda gera muita insegurança tanto dentro como fora do Brasil; e a do cenário internacional adverso, que tem deixado os investidores mais cautelosos”, explicou.
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