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Equipe econômica quer criar imposto com alíquota de 0,2% no estilo da CPMF

Publicado em: 10/09/2019 07:06

Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
O avanço da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Previdência, no Senado, e de pautas como a reforma tributária, nas duas Casas do Congresso, melhorou a visão dos empresários e, segundo levantamento feito pela Rede Nacional de Informações sobre Investimento (Renai), do Ministério da Economia, a intenção de empresas privadas de aplicar no país, demonstrada no primeiro semestre, soma US$ 61,74 bilhões (cerca de R$ 253 bilhões, pelo dólar de ontem), o que representa 46% do total do que foi investido no ano anterior. Entre as grandes empresas brasileiras citadas no levantamento da Renai, estão, Ambev, JBS, Vale do Rio Doce.

Os níveis atuais de investimentos até junho deste ano se aproximam do total investido nos anos de 2015 e 2017. Para Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, embora a intenção não seja investimento efetivo, é provável que o número se concretize e aumente neste segundo semestre. “Em relação ao ano passado, por exemplo, temos que considerar que o segundo semestre teve eleições, desdobramentos da Lava-Jato e outros fatores de instabilidade. Então, neste ano, devemos avançar mais nesse valor, já que estamos mais estáveis”.

Agostini explicou que a alta na intenção de investimento mostra uma reação à mudança na gestão política econômica do país, que visa dar mais liberdade econômica. “A expectativa é que a nova gestão dê maior potencial de investimento. O que falta agora é acontecer as reformas, mas isso tem caminhado aos poucos”, explicou.

As empresas nacionais ligadas ao setor público — Petrobras, Eletronorte (Eletrobras) e a Companhia de Saneamento de São Paulo (Sabesp) — anunciaram juntas um total de US$ 21,01 bilhões em investimentos. Agostini destacou que essas empresas são de áreas estratégicas que demandam altos volumes de investimentos. “É natural que esse setor registre os maiores valores”, afirmou.

Enquanto a Petrobras deve investir US$ 15 bilhões em extração de petróleo e atividades de pesquisa e desenvolvimento, a Sabesp planeja aplicar US$ 5,08 bilhões na captação, tratamento e distribuição de água no estado de São Paulo. Já a Eletronorte planeja destinar US$ 977 milhões para eletricidade na região Norte do país.

No setor privado, as maiores intenções de investimento são de empresas do segmento de papel e celulose. A Euca Energy programa aplicar US$ 2,55 bilhões na implantação de uma fábrica de celulose em Alto Araguaia (MT). A Kablin direcionará US$ 2,37 bilhões na expansão de papéis para embalagem.

Para melhorar a atratividade do país, Agostini defende a redução do Estado. “Não dá para o Brasil querer atrair investidor sendo que o principal competidor é o governo. Mas, de novo, isso é algo que já está sendo resolvido com a nova gestão, permitindo que a iniciativa privada ganhe espaço”, disse.

Ele destaca que o momento atual ainda é de ajuste e conflitos institucionais do governo, então é normal que o impacto demore a ser sentido. “Os investidores estrangeiros, por exemplo, lidam com duas inseguranças: a de que o principal gestor do país (o presidente Jair Bolsonaro) ainda gera muita insegurança tanto dentro como fora do Brasil; e a do cenário internacional adverso, que tem deixado os investidores mais cautelosos”, explicou.
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