AVIAÇÃO
Embraer entrega primeira unidade do maior avião comercial brasileiro
Por: FolhaPress
Publicado em: 12/09/2019 13:40
A Embraer entregou nesta quinta-feira (12) a primeira unidade do jato E195-E2, maior avião comercial projetado e construído no Brasil.
O modelo é o segundo lançamento da nova família de jatos E2, aposta da futura Boeing Brasil Commercial no mercado de aviões para até 150 passageiros -o menor E190-E2 foi lançado em 2018.
"Ao completar 50 anos não poderia imaginar um momento mais significativo para a Embraer do que entregar o maior avião que já fizemos para uma empresa daqui", afirmou o presidente executivo da Embraer Aviação Comercial, John Slattery, durante a cerimônia de entrega do avião em São José dos Campos (SP).
A companhia de lançamento do E195-E2 será a Azul, que encomendou 51 unidades para renovar sua frota. Hoje, a Azul voa com o E190 e o E195 de primeira geração, sendo a única grande companhia aérea brasileira a operar jatos da Embraer.
A primeira rota operada pelo E195-E2 será Campinas-Brasília. "Queremos mostrar para o governo essa bela aeronave fabricada aqui [no Brasil]. Vamos começar já em outubro", afirmou o presidente executivo da Azul, John Rodgerson.
Segundo Rodgerson, a companhia espera abrir de seis a oito novas rotas por ano graças ao E2.
O desafio do novo avião será provar a economia que promete para deslanchar as vendas.
A Azul vai operar o E195-E2 na configuração de classe única, com 136 assentos -o modelo tem capacidade para até 146 passageiros, quase 20 a mais do que o modelo da primeira geração.
Ao mesmo tempo, o custo por assento, cálculo crucial para as companhias, caiu 25,4% em relação ao antecessor, segundo a Embraer. Os custos de manutenção são 20% menores, também de acordo com a fabricante.
Até o momento, no entanto, as encomendas não deslancharam. Dentre os 124 pedidos firmes pelo novo modelo, a Azul é a única cliente de grande porte. Outras encomendas vieram de pequenas companhias da Espanha, Nigéria e empresas de leasing.
Um outro potencial grande cliente, a holandesa KLM, ainda não finalizou o acordo anunciado em junho para a compra de até 35 aviões E195-E2, sendo 15 pedidos firmes e 20 opções (que podem ou não ser transformadas em compras firmes).
E um antigo cliente, a americana JetBlue, controlada por David Neeleman, da Azul, trocou o E195-E2 pelos Airbus A220, frutos da parceria da fabricante europeia com a canadense Bombardier, principal rival da Embraer.
A própria Azul, criada por Neeleman em 2008 nos moldes da JetBlue, aos poucos expandiu sua frota em direção à Airbus e hoje opera os A320neo -que levam cerca de 30 passageiros a mais que o E195-E2– em rotas antes servidas pelos Embraer.
Rodgerson, presidente executivo da Azul, disse que a diversidade de aeronaves da frota permite uma vantagem para a empresa em mercados como a ponte aérea Rio-São Paulo, onde a Azul começou a operar em agosto.
"Às 7 da manhã provavelmente voaremos com um A320, mas no meio do dia queremos voar com o E2."
Ao assumir o portfólio de jatos comerciais da Embraer, a Boeing Brasil Commercial -controlada 80% pela Boeing e 20% pela Embraer– busca ganhar terreno na competição com a Airbus em um mercado que, segundo estimativa da Embraer, deve demandar 10,5 mil aviões nos próximos 20 anos.
Slattery afirmou que o E2 ainda é um avião 100% Embraer, sem a participação de equipes da Boeing até que as autoridades antitruste aprovem o acordo, o que ele espera que ocorra até o fim deste ano.
Ainda não está definido se a família E2 será rebatizada na nova empresa. Os executivos da Boeing não esqueceram a experiência mal-sucedida de renomear o MD-95 como Boeing 717 após a gigante comprar a rival McDonnell-Douglas em 1997.
Além disso, as nomenclaturas dos três jatos E2 (E175, E190 e E195) já estão estabelecidas no mercado, o que não impede a Boeing de almejar um toque pessoal para marcar a nova fase.
O modelo menor, E175-E2, está em fase final de montagem e deve entrar em serviço no final de 2021.
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