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Economia
EVENTO

Presidente do BNB demonstra expectativa no aumento das operações de crédito

Publicado: 06/08/2019 às 14:42

Foto: Patricia Monteiro/DP/

Foto: Patricia Monteiro/DP/

Há algum tempo, diante da instabilidade da crise político-econômica do país, algo encarado com certa reserva por parte do empresariado. De acordo com representantes do segmento, entretanto, ele volta, gradualmente, a fazer parte das opções para impulsionar os negócios. Este foi o assunto debatido ontem por empresários, em Boa Viagem, durante almoço-debate promovido pelo Lide Pernambuco e contou com palestra do presidente do Banco do Nordeste do Brasil, Romildo Rolim.

Abordando o tema O ambiente de negócios e os cenários de crédito no Brasil e no Nordeste, ele falou sobre o momento atual do país, o papel no qual o governo federal vem atuando frente ao desenvolvimento da região e as vantagens que a instituição oferece aos investidores. Quando questionado sobre divergências entre o presidente Jair Bolsonaro e governadores da região, respondeu que ministros, sobretudo de pastas como Desenvolvimento Regional, Agricultura, Pecuária e Abastecimento, têm andado pelos estados do Nordeste, conhecendo projetos e atividades junto à Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). Sobre expectativas da retomada de crescimento na região, Rolim demonstrou otimismo.“Estamos sentiNdo que há demanda bastante responsável pelo crédito, desde o pequeno produtor rural até a grande empresa. Esta confiança do investidor, do empresário é o principal termômetro para começar a creditar. Logicamente, ele não está correndo na curva, mas iniciando o caminho e este é principal indício de que estamos no rumo certo”, relatou. No mês de maio, durante evento com os governadores do Nordeste e o Conselho Deliberativo da Sudene, no Recife, o presidente Jair Bolsonaro anunciou o aumento de R$ 4 bilhões no Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) para 2019, R$ 3 bilhões destinados à infraestrutura e R$ 1 bilhão para o microcrédito rural. Desta forma, a programação orçamentária do FNE passou de R$ 23,7 bilhões para R$ 27,7 bilhões. A expectativa do presidente do BNB para o fim do ano é alcançar os R$ 30 bilhões: “Quem sabe tendo uma demanda maior e mostrando-as para o governo federal, tenhamos mais recursos. Ele já está olhando para o Nordeste a fim de que façamos uma história melhor do que já temos feito”.

Em 2018, foram contratados R$ 32 bilhões em operações de créditos com clientes através do FNE - em 2017, R$ 26 bilhões. Em 2019, até julho, houve R$ 15 bilhões. A expectativa é que as contratações cheguem a toda a programação orçamentária de R$ 27,7. Um percentual de 76% deste recurso já foi desembolsado. Como existe um cronograma de execução físico-financeiro dos projetos, a verba é liberada à medida que os projetos são vistoriados. O objetivo é que, ao final do ano, tudo seja desembolsado.

Os setores que mais buscam créditos têm sido o de agronegócio, seguido por comércio e serviço. O primeiro respondendo por 50% dos R$ 15 bilhões destinados ao trio. O restante é pulverizado. Os estados mais demandantes são, por ordem, Bahia, Pernambuco, Ceará e Maranhão. “Até o dia 21 de julho, Pernambuco contratou R$ 1,4 bilhão. No ano passado, foram R$ 4,5 apenas de FNE. Tradicionalmente, é o segundo semestre o responsável pela maior parte destas contratações. Em 2018, por exemplo, a gente não tinha sequer R$ 1 bilhão de contratos neste período do ano em que estamos”, disse Rolim.
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