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Pernambuco ganhará mais seis projetos estratégicos

Publicado em: 21/08/2019 13:08 | Atualizado em: 21/08/2019 13:15

Tecelagem e centros de importação/distribuição do Big Bompreço são os contemplados. Foto: Rhudá Jardim/Sdec
Menos de um mês após a última reunião do Conselho Estadual de Políticas Industrial, Comercial e de Serviços (Condic), a entidade voltou a encontrar-se na manhã desta quarta (21), em seção extraordinária, para anunciar a aprovação de outros seis projetos estratégicos. No final de julho, já havia ocorrido a aprovação de 20 deles, prioritariamente na área industrial. Desta vez, a 107ª reunião do Conselho objetivou a aprovação de demandas com curto prazo de implantação. São elas a indústria da Nova Tecelagem e Fiação e outros cinco que visam a ampliação das operações do grupo Big Bompreço no Estado, na área de importação/atacado.

No início de agosto, o governador já havia assinado o protocolo de intenções com a diretoria da tecelagem que promete investir R$ 100 milhões na construção de uma fábrica em Bezerros, no Agreste do Estado para interagir com o polo de confecções da região. A operação deve gerar 545 empregos diretos. As obras da empresa do grupo Santana Textiles devem ter início em dezembro e previsão de três anos para conclusão. O funcionamento efetivo, entretanto, deve acontecer apenas a partir de 2020, quando serão empregados cerca de 250 funcionários. Atualmente, a empresa gera cerca de 2,2 mil empregos diretos e possui uma unidade têxtil na cidade de Horizonte, interior do Ceará, com capacidade produtiva aproximada de 3,5 milhões de metros/mês de tecido. Há projeções de que, até o final de 2021, sejam produzidos, mensalmente, em Pernambuco, 1,2 milhão de metros de tecido Denim e 700 mil quilos de fios. Estes itens serão aplicados na produção de malharia como cotton, meias e moletons, além de tecelagem (artigos para cama, mesa e banho).

O Big Bompreço, por sua vez, investirá em projetos de ampliação do comércio importador atacadista. São cinco importadoras, três em Jaboatão dos Guararapes. No Cabo de Santo Agostinho, o grupo visa implantar um centro e ampliar outro no mesmo segmento. As importações anuais previstas com estas novas operações são de mais de R$ 173.264 milhões, ao passo que a previsão de recolhimento anual de ICMS é superior a R$ 11 mi. Em julho do ano passado, o Fundo de Investimento Advent adquiriu 80% do grupo BIG, que voltou, na última semana, a adotar o nome Bompreço nos seus hipermercados nordestinos. Em Pernambuco, são nove, localizados no Recife, RMR, Caruaru e Petrolina. A partir de agora, a companhia chama-se Grupo Big e promete investir mais de 1,2 bilhão de reais na modernização e ampliação de suas lojas nos próximos 18 meses. 

Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico, Bruno Schwambach, a perspectiva é que o grupo concentre a importação dos produtos para o Brasil inteiro, e não apenas para o Nordeste, a partir do Suape. “Os incentivos dependem de cada produto, mas há o benefício de ICMS na importação para que possam distribuir. Quanto ao início das operações, mudamos o procedimento, no início do ano. Então, publicaremos a aprovação entre 10 e 15 dias e, a partir daí, os aprovados já podem começar a utilizar este benefício”, afirma. 

Presente no encontro, o Secretário de Finanças de Pernambuco, Décio Padilha, ressaltou a importância da aprovação destes projetos pelo Estado, notadamente no panorama pessimista do cenário nacional. “Todos os boletins apontam para uma perspectiva de variação negativa do PIB, de 0,8%, no máximo. Mais uma vez, haverá ausência de crescimento. Nos últimos três anos, a União reduziu em 78% o repasse de convênio para a gente e não temos mais aval para fazer operação de crédito, que é investimento”, apontou, destacando a importância da iniciativa do Estado para reverter esta situação. “Muitas vezes, a sociedade não tem ideia dos esforços hercúleos que fizemos para isto”, e defendeu a aprovação da reforma tributária. “Se não reagirmos, em cinco anos, não teremos condições pagar básico do básico como medicamento ou merenda. Das 27 unidades federativas, incluindo o Distrito Federal, 19 estão ‘quebradas’. Então, fico feliz de termos um governador que, mesmo diante desta adversidade, nos autoriza a avançar”, afirmou. O secretário afirmou, ainda, a existência de uma extrema guerra fiscal e não mais de uma competição. “Paraíba, por exemplo, oferece menos de 1% de tributação para levar uma empresa. Como sobrevive tributando menos do que isso?”, questionou. 

Bruno Schwambach ratificou as afirmações de Padilha afirmando que, em um momento difícil para o país, é importante que Pernambuco não esteja parado. “Estes projetos atrairão investimentos para cá de forma a serem criadas oportunidades de emprego e renda para o povo de Pernambuco. Apesar de toda a confusão instaurada no Brasil, não estamos contaminados. Por isso, tentamos sempre identificar nossas vocações e de que forma podemos atrair empreendimentos que possam consolidar estas cadeias. No primeiro semestre tivemos uma já esperada queda na geração de empregos e torcemos para uma recuperação neste segundo. Temos que ter o protagonismo de não esperar pelo que vai acontecer em Brasília e também de não depender de São Paulo. Para isso, temos um mercado fantástico, somos ponto de referência central, uma posição geográfica estratágica e somos o coração do Nordeste”, afirma. 

Sobre o caráter extraordinário de algumas análises para aprovação de incentivos, explicou que há um calendário definido, ao qual as empresas adequam-se para pleitear benefícios do estado, mas que existem empreendimentos importantes que precisam ser analisados mesmo fora dos prazos preestabelecidos. “A Nova Tecelagem Fiação já tem protocolo de intenções com o Estado. O BIG Bompreço pretende consolidar Pernambuco como o principal hub de importação e distribuição dos seus produtos. Como são investimentos já anunciados, a reunião extraordinária agiliza a sequência do cronograma de implantação que eles acertaram com os protocolos de intenção assinados”, complementa.

O presidente da AD Diper, Roberto Abreu e Lima, embora não presente na reunião por motivos de viagem, reforçou: “É uma questão de eficiência no processo de concessão de incentivos fiscais. Não é algo corriqueiro acontecer uma reunião extraordinária. Temos um calendário a seguir. Abrimos essa exceção, entretanto, porque esses projetos são estratégicos e possuem um prazo curto de implantação. Foi importante quebrar este paradigma”, justificou.

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