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Suape e Canal do Panamá assinam acordo e miram rota Ásia-Brasil

Publicado em: 20/06/2019 18:17 | Atualizado em: 20/06/2019 18:28

Foto: Porto de Suape/Divulgação

Com objetivo de atender interesses em comum e ampliar as oportunidades para as duas partes, o Porto de Suape e a Autoridade do Canal do Panamá (ACP) assinam acordo de cooperação, nesta sexta-feira, na Cidade do Panamá. O complexo pernambucano é o maior do nordeste, mas demonstra capacidade de crescer ainda mais no país e, para isso, busca novos parceiros, inclusive internacionais. Esta aliança com o Panamá visa atrair novas rotas, principalmente a da Ásia-Brasil, fazendo do Porto de Suape como um hub para ela, focando o segundo terminal de contêineres. O resultado seria uma maior movimentação de cargas, além de agilizar a operação das indústrias locais.

Com o alargamento do Canal do Panamá, em 2016, houve um efeito relevante na dinâmica dos navios grandes, que antes não passavam por lá. "Desta forma, a rota Ásia-Brasil era feita exclusivamente via o sul da África. Mas, com o alargamento, esses navios começaram a passar por lá. Só que o porto tem que ter boa profundidade e o terminal estrutura concentradora, então a rota ainda é feita majoritariamente pela África. Acaba que os navios descarregam em outros portos, como o de Santos, e depois vêm aqui para cima", explica Leonardo Cerquinho, presidente do Porto de Suape, que estará no Panamá junto com secretário de Desenvolvimento Econômico, Bruno Schwambach, e o diretor de Planejamento e Gestão de Suape, Francisco Martins.

A expectativa é que, com o acordo com o Panamá, exista um alinhamento entre os interesses entre o Canal e Suape. "Queremos viabilizar que a rota Ásia-Brasil venha pelo Panamá e use Suape como o concentrador de carga. Essa rota por aqui é perfeitamente viável. Temos o perfil para ser um hub. E é preciso ter eficiência muito grande, como está desenhado no nosso segundo terminal, que já estamos licitando", afirma Cerquinho.

O foco específico nesta rota se dá pela importância do mercado asiático no mundo. "Essa rota tem impacto importante para Suape porque, tendo essa rota direta, podemos ser um porto concentrador de cargas e isso traz um efeito multiplicador importante para a economia. Boa parte das indústrias que temos aqui hoje recebem matéria-prima da Ásia. Podemos reduzir de 45 para 30 dias a chegada dos contêineres sem a parada em portos do Sul e Sudeste. Além disso, o custo de estoque é reduzido e elas se tornam mais competitivas", acrescenta.

Viabilidade
Para Leonardo Cerquinho, a necessidade desta rota já existe e agora haverá um trabalho comercial para viabilizar o Porto de Suape como hub. "Ninguém muda uma rota da noite para o dia, vamos trabalhar esse processo agora. Já somos um hub regional e queremos ser nacional também", reforça. O presidente ainda ressalta que os navios que fazem a rota têm condições de vir a Suape, já que o porto que passou a ter aval para entrada de navios de contêneires de maior capacidade. Antes eram navios de 305 metros e agora 366 metros. "Mas da forma que está estruturado o primeiro terminal, teria que ter novos investimentos. O prazo contratual é até 2031, é um horizonte curto para conseguir amortizar grandes investimentos. Então vamos conversar sobre a possibilidade de reequilíbrio contratual para novos investimentos", diz.

Já o processo de licitação do segundo terminal está em análise no Tribunal de Contas da União (TCU) e deve sair nos próximos dias. Daí vai para análise da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). "Isso deve levar entre 45 e 60 dias e, em agosto, a licitação deve ser aberta. Entre novembro e dezembro deve ter o vencedor. O contrato deve ser assinado no início de 2020 e serão três anos de obra. Em 2023 já deve estar funcionando", ressalta.
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