Desocupação

Pernambuco tem segundo maior recuo na taxa de desemprego em termos absolutos

Publicado em: 18/06/2019 17:17 | Atualizado em: 18/06/2019 17:47

Setor da indústria foi um dos que puxou Pernambuco para cima. Foto: Baby Roger/Divulgação

Apesar de Pernambuco ter a quinta maior taxa de desocupação entre as unidades da federação no primeiro trimestre de 2019, com 16,09%, o estado apresentou um recuo significativo em relação ao mesmo período de 2018, quando o percentual era de 17,74%. A queda de 1,65 ponto percentual foi a segunda maior em termos absolutos no país, atrás apenas de Alagoas (-1,72 pp). Outro estado nordestino, Sergipe, ficou com o terceiro maior recuo (-1,64 pp). Por outro lado, Roraima foi o que apresentou o maior aumento no período, de 4,68 pp. O resultado faz parte da análise de Mercado de Trabalho divulgada nesta terça-feira pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O estudo utiliza dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), do IBGE.

Segundo Antônio Pessoa, professor de Economia do UniFBV, os setores agropecuário e industrial puxaram Pernambuco para cima. "Houve uma melhora entre março e abril no Sertão e Agreste, como municípios como Petrolina e Garanhuns que têm parte da bacia leiteira. Houve uma contratação maior na agropecuária. E no estado também teve recuperação na indústria. Alguns investimentos que foram anunciados há algum tempo foram de fato concretizados, as empresas estão funcionando e puxaram os empregos na indústria. Isso tudo foi importante porque estamos na entressafra da cana de açúcar", destaca.

Alberes Lopes, secretário do Trabalho, Emprego e Qualificação de Pernambuco, reforça que esse movimento acontece porque há um incentivo para impulsionar as potencialidades do estado. "Estamos estimulando as potencialidades de cada região para que elas voltem a ser fontes de renda. Além disso, há os investimentos que foram atraídos para cá que ajudam a retomar o crescimento da economia", diz.
Panorama

No Brasil, a taxa de desemprego ficou em 12,7% no primeiro trimestre deste ano, contra 13,1% no ano passado, um recuo de 0,4 pp. Entre os estados que apresentaram as maiores taxas de desocupação no período neste ano estão Amapá (20,17%), Bahia (18,3%), Acre (18,03%) e Maranhão (16,29%).
Levando em consideração o Nordeste, o desemprego é o maior entre todas as regiões, com taxa de 15,3% no primeiro trimestre deste ano. Porém, por outro lado, a região foi a que apresentou o maior recuo na comparação com o mesmo período de 2018, tanto em termos absolutos (-0,6 pp) quanto relativos (-4%). As regiões Sudeste e Sul também apresentaram queda nas taxas de desemprego, passando de 13,8% e 8,4%, em 2018, para 13,2 e 8,1%, em 2019, respectivamente. Já Norte (0,4 pp) e Centro-Oeste (0,3 pp) caminharam no sentido oposto e tiveram incremento na desocupação.

Crescente
A alta na parcela de desempregados está em um ritmo acelerado no Brasil. O percentual de desempregados que está nessa situação há mais de dois anos aumentou de 17,4% no primeiro trimestre de 2015 para 24,8% no mesmo período deste ano, um crescimento de 42,4% em quatro anos. O número atinge 3,3 milhões de pessoas que buscam uma ocupação sem sucesso. A parcela maior está entre as mulheres desempregadas (28,8%) - contra 20% dos homens -, adultos com mais de 40 anos (27%) e para indíviduos com nível educacional igual ou superior ao ensino médio completo (27%).

O Nordeste e o Norte apresentam percentuais maiores que a média nacional em relação à parcela de desempregados nesta situação há mais de dois anos, com 27,6% e 28,6%, respectivamente. Entre 2015 e 2019, o Nordeste acumulou alta de 39%, um pouco abaixo da média brasileira.

Perspectivas
Segundo a Pnad, a expectativa para o restante do ano é que a trajetória de recuperação gradual da ocupação e da renda média se mantenha no Brasil. Porém, uma queda mais expressiva da taxa de desemprego, das demais formas de subutilização e da desigualdade só deve acontecer ao longo de 2020, a partir de uma retomada mais forte do nível de atividade. E esse panorama reflete na economia pernambucana.

"A melhora na economia do estado aconteceu, mas ainda é pequena para aquilo que precisa. A perspectiva da economia de Pernambuco é muito dependente da trajetória nacional. No Brasil, a economia estava ensaiando um leve crescimento, mas voltou a ficar estagnada. E se a economia nacional desacelerar, a do estado segue a tendência", conclui Antônio Pessoa.
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