Reajuste

Motoristas de aplicativo fazem paralisação nesta quarta-feira (8)

Publicado em: 07/05/2019 20:17 | Atualizado em: 07/05/2019 20:23

Paralisação pede reajuste de tarifas e mais segurança para os motoristas. Foto: Paulo Paiva/DP

Motoristas de aplicativos de Pernambuco vão aderir a uma paralisação mundial que ocorre nesta quarta-feira (8). O movimento, globalmente chamado de “uber shut down” (uber desligado) pede reajustes das tarifas e melhores condições de trabalho, entre outros pleitos. O Brasil vai aderir com movimentos nas principais capitais e, no Recife, serão quatro pontos de mobilização, simultaneamente às 7h. Os pontos de encontro serão na frente das unidades do Uber e da 99, no Aeroporto Internacional do Recife/Guararapes – Gylberto Freire, além de uma mobilização de caráter social no Hemope, com doação de sangue por parte dos motoristas. No estado, 30 mil motoristas são cadastrados.

De acordo com Thiago Silva, líder da Associação de motoristas de aplicativo de Pernambuco (Amape), a pauta de reivindicação tem pleitos necessários, principalmente para a sustentabilidade da atividade. “É importante para chamar atenção das pessoas sobre a necessidade de discutir o reajuste da tarifa do aplicativo. Nos últimos três anos, o preço do combustível subiu consideravelmente e a tarifa do aplicativo seguiu o caminho contrário. Isso impacta bastante no rendimento do motorista, que passa a ter corridas de valores muito baixos, justamente porque as tarifas estão defasadas. Fica muito difícil manter as contas nessa atividade”, destacou.

A pauta completa, de acordo com Thiago Silva, tem 14 pontos. Mas o lastro da reivindicação trata da tarifa, além de mais segurança, principalmente com um cadastro mais robusto em relação aos passageiros. “A gente quer sensibilizar as empresas para a situação vulnerável em que os motoristas se encontram. A tarifa mínima já foi de R$ 6,75 e hoje já é possível fazer corridas de R$ 4,30. É inviável. Esperamos uma adesão bastante representativa dos motoristas nesse movimento”, reforçou.

Sobre um valor ideal de tarifa e a possibilidade de elevar o preço final da corrida, Thiago diz que os motoristas querem um aumento da parte que chega a eles. “O que a gente precisa é de saúde financeira para continuar trabalhando na empresa e seguir prestando o serviço. Para isso, nossa parte precisa ser maior do que a que está hoje. Como ficará no fim, a empresa pode fazer a conta. A sugestão é ela absorver o aumento que vier para a gente, já que ultimamente nós vínhamos cobrindo os aumentos de custo para rodar e as reduções de tarifa da empresa, que passou a lucrar na casa dos bilhões (R$)”, complementou.

O motivo da escolha desta quarta-feira (8) como data da mobilização é em referência à primeira oferta pública de ações na Bolsa de Valores, quando a Uber espera atingir US$ 91 bilhões em valor de mercado e arrecadar até US$ 9 bilhões. Outro detalhe importante na mobilização do Recife é que os pontos de encontro são exclusivamente em vias secundárias da cidade, sem obstrução de reuas, evitando transtornos de mobilidade aos cidadãos. Todo o movimento foi organizado por meio de redes sociais.
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