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Planejamento como modelo inspirador de nova agência

Publicado: 27/04/2019 às 09:00

Ricardinho Lira, Ronald Melo, Marcus Cavalcanti e Matheus Cavalcanti formam o time da 220. Foto: Chico Barros/Divulgação/Foto: Chico Barros/Divulgação

Ricardinho Lira, Ronald Melo, Marcus Cavalcanti e Matheus Cavalcanti formam o time da 220. Foto: Chico Barros/Divulgação/Foto: Chico Barros/Divulgação

Com a aposta nos processos estruturados em todos os departamentos e assertividade nos planejamentos estratégicos, a agência 220 nasce pretendendo trazer em seu DNA a eficiência na entrega do produto ao mercado e um olhar especial para as plataformas e ambientes digital, off e live marketing (promo). Uma grande campanha foi preparada e conta com filmes para TV e internet, outdoor, backbus, frontlight, painéis de LED, elemídias, spots em rádios e campanha digital. O lançamento oficial da empresa ocorreu nesta quinta-feira, no The Plaza Business Center, onde fica a sede da agência.

O corpo executivo da 220 é formado por quatro sócio: Ronald Melo, o chairman da empresa, com formação administrativa e de negócios, tendo sido executivo do Bradesco, Danone e Golden Cross, até fundar a Emicê Comunicação, que, após 20 anos de mercado, deixa de existir para dar lugar à 220. Marcus Cavalcanti, o CBO da agência, tem 15 anos de experiência, sendo oito como diretor de criação. O terceiro integrante é Ricardinho Lira, que após nove anos como planejamento no Gruponove e BG9, está assumindo a função de CEO da 220, trazendo na bagagem cases e prêmios para marcas como Johnson & Johnson, Cachaça 51, Trident, Prefeitura do Recife, além de diversas outras marcas e a indicação como profissional de planejamento do ano no Globes Awards em São Paulo em 2015. Já Matheus Cavalcanti, responsável pela direção de relacionamento, esteve à frente da produção do projeto que levou a Emicê Comunicação a conquistar o Prêmio Ouro no Colunista Nordeste e o Grand Prix Brasil.

Marcus foi o responsável por trazer Ricardinho para o negócio. Ele conta que essa parceria começou 11 anos atrás, ainda no início da carreira dos dois, quando trabalharam juntos por cerca de três anos. “Foi um encontro de momentos. Eu queria dar uma guinada na Emicê e Ricardinho também estava repensando sua vida profissional. Naturalmente, chegamos à conclusão de que era a oportunidade perfeita para criar uma nova agência e juntar nossas expertises, já que nosso pensamento é muito convergente e a vontade de fazer diferente faz parte do nosso dia a dia”, comenta Marcus.

Foram cerca de quatro meses de estudos e preparação. Alguns planejamentos já foram entregues nesse período. A agência nasce com contas como o Grupo Entre Amigos, Feijão Kicaldo, Galetus, Cervejaria DeBron e Faculdade IDE. A dinâmica de investimentos é estimada em R$ 8 milhões. “A chegada da 220 é uma resposta corajosa ao difícil período econômico do país, além do próprio segmento de comunicação. Nosso inconformismo está em vermos muito potencial a ser explorado e, ao mesmo tempo, muita fragilidade do mercado como um todo. Queremos dar um choque de ânimo e mostrar que é possível inovar e crescer mesmo nas adversidades”, diz Ronald.

Entrevista - Ricardinho Lira (CEO da Agência 220)

As plataformas e ambientes digital, off e live marketing (promo) serão os carro-chefes da 220?
Entendemos que o carro-chefe da agência será o planejamento como modelo estruturador de todos os projetos, ou seja, dominamos e trabalhamos bem as ferramentas dos ambientes digitais, off e live marketing, mas antes de oferecer qualquer uma das plataformas é preciso ter uma radiografia clara e consistente sobre o mercado do cliente, seus concorrentes, seu público, tendências do mercado em outras praças. Só depois de muita pesquisa é possível diagnosticar os melhores pontos de contato com o consumidor, quais táticas são mais adequadas, qual deve ser a mensagem, abordagem, linguagem e, principalmente, posicionamento. Tudo isso é para otimizar a verba, que sabemos que é cada vez mais finita e precisa ser convertida em resultado.

Qual o desafio das agências com essa velocidade da informação que corre através das redes sociais?
Os desafios são muitos. Já virou ponto pacífico falar que uma pessoa que passa um dia numa grande cidade é impactada com mais informações do que alguém que viveu até os 60 anos da Idade Média. Fica muito claro que não é possível pensar na presença de uma marca nas redes sociais apenas para marcar presença e despejar informações nesse mar de conteúdo que o público vivencia. É preciso ter relevância, aparecer no momento certo, falando a linguagem correta, trazendo os conteúdos de forma envolvente. Não adianta estar numa rede social para falar sozinho, sem interesse das pessoas. Também não é interessante inflar números e alcançar uma grande quantidade de pessoas que não são foco da marca. Até para fazer o conteúdo do dia a dia nas redes sociais, é preciso estar amarrado numa estratégia muito maior, entendendo a presença da marca numa linha do tempo anual, que irá se alimentar dos dados que vão surgindo, mas que sabe onde quer chegar.

Como ainda ser relevante sem obrigatoriamente estar destinando todas as suas verbas nas redes sociais?
Esse é um ponto muito importante e os gestores das maiores marcas já perceberam. Não se constrói uma marca apenas nas redes sociais. Essas plataformas são muito poderosas e acredito demais nos seus usos, desde que feitos de forma correta e dentro de uma estratégia macro. Elas são bons pontos de contato, mas não são os únicos. Se uma marca precisa muito de lembrança, as mídias exteriores são excelentes geradoras de recall. Se eu quero vender um conceito e agregar valor para uma marca através de uma narrativa, a TV continua sendo um meio importante. Inclusive empresas que são nativas do ambiente digital investem em propaganda off, como o Uber, 99, OLX e até o próprio Facebook e Google possuem campanhas em mídias tradicionais. Isso é um grande exemplo de que é preciso cercar o consumidor. Agora a grande questão é: cada marca vai demandar uma estratégia e táticas de frequência da mensagem, cobertura de públicos e diversas variáveis diferentes. O que vai ser determinante para definir o local correto de cada verba, vai ser o planejamento. 

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